A concessionária de infraestrutura Triunfo Participações e Investimentos
e a LOGZ Logística Brasil, holding que possui investimentos em empresas
do setor logístico, desistiram de construir juntas um porto privado em
Paranaguá (PR). Ambas eram sócias, com 50% cada, da
Terminal de Logística Integrada do Paraná (Terlip), uma empresa de
propósito específico constituída em 2013 para adquirir um terreno onde o
empreendimento seria feito.
A Terlip tinha a opção de compra de
um terreno com 2 milhões de metros quadrados, mas decidiu não exercê-la.
Quando a Triunfo anunciou a possibilidade de comprar uma área em fato
relevante em 2014, a expectativa era iniciar a operação a partir de
2019.
"A desativação da Terlip, que desenvolveria um terminal
marítimo multicargas, se deu em razão das dificuldades do mercado",
disse Nelson Carlini, presidente do conselho da administração da LOGZ,
ao ser questionado. A Triunfo confirmou o cancelamento devido a "razões
macroeconômicas".
Chegaram a ser feitos
alguns estudos, mas houve dificuldades no levantamento de fundos para o
projeto devido às mudanças de mercado. A desistência do negócio foi
consensual entre os sócios.
O porto seria um complexo multiuso na
área do Embocuí, a oeste do porto público de Paranaguá. Em sua primeira
fase movimentaria granéis sólidos, com possibilidade para operar
futuramente também líquidos e contêineres.
A LOGZ é controlada
por um dos fundos geridos pela BRZ Investimentos. Tem participação,
entre outros, no Porto Itapoá (SC) e no Terminal de Santa Catarina
(Tesc).
Já a Triunfo, de capital aberto, tem como principal
controladora, com 55,5% do capital social, a Triunfo Holding de
Participações S.A. O BNDESPar tem 14,8%; outros 25,5% do capital estão
no mercado; 2,9% são detidos por controladores e administradores; e 1,3%
são ações em tesouraria.
Com atuação em rodovia, porto,
aeroporto e energia, a Triunfo enfrenta dificuldades operacionais e
financeiras em alguns de seus negócios. Encerrou setembro - último dado
disponível - com dívida bruta de R$ 3,6 bilhões e R$ 180 milhões
disponíveis em caixa, o que resultou em uma dívida líquida de R$ 3,5
bilhões.
Em porto, a preferência da Triunfo sempre foi por
projetos de terminais de uso privado ante arrendamentos em portos
públicos. É sócia da Portonave, terminal de contêineres em Navegantes
(SC) líder de movimentação no Estado.
Também tem um terreno em
Santos (SP) onde pretende desenvolver um terminal. O projeto seria
retomado em 2016, mas foi congelado. A empresa aguarda o desdobramento
do Decreto dos Portos que o governo pretende baixar para tomar uma
decisão.
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