sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Quadrilha impede embarque de contêineres de bananas em navio da Maersk em Puerto Bolivar, no Equador

Um total de 400 contêineres de bananas não puderam ser exportados de Puerto Bolívar, província de El Oro, no Equador, entre os dias 9 e 10 de setembro. O impedimento ocorreu depois que tripulantes de rebocadores que manobravam com um navio Maersk foram extorquidos por quadrilhas criminosas em troca de podendo continuar com suas operações, o que ativou os protocolos de segurança do navio e teve que suspender temporariamente suas atividades.

O atraso afetou a qualidade do produto e a sua competitividade, ao gerar custos adicionais associados a movimentos imprevistos no carregamento da fruta, explicou a Corporação de Guildas Exportadoras do Equador (Cordex), em comunicado. Devido a estes problemas de segurança e logística, os 400 contêineres tiveram que ser transportados até ao Porto de Guayaquil para serem exportados.

A Cordex garantiu que o setor exportador regista diariamente alertas de insegurança devido a extorsões, invasões a propriedades, agressões e roubos. Até ao momento, este ano, os principais produtos de exportação, como o camarão, a banana, o cacau e a pesca, registraram mais de 500 incidentes criminais e, em conjunto, as perdas econômicas devido à insegurança ultrapassam os 5 milhões de dólares.

Por causa desta ameaça, o setor exportador destina mais de 200 milhões de dólares em diversos serviços e equipamentos de segurança privada, detalha Cordex. No dia 12 de setembro, representantes da Marinha do Equador, da Polícia, da Subsecretaria de Transportes Marítimos e Portos, da Autoridade Portuária de Guayaquil e Puerto Bolívar, juntamente com empresas marítimas privadas que operam em El Oro, reuniram-se para encontrar uma solução.

No caso, foi acordada a criação de um plano abrangente para garantir a segurança do pessoal a bordo de embarcações privadas e que as suas operações de navegação sejam realizadas normalmente. “Essa intervenção das autoridades de controle permite a retomada do fluxo logístico em Puerto Bolívar”, afirma um porta-voz da Cordex.

Mesmo assim, a Cordex solicitou ao Governo que garantisse permanentemente a segurança das operações de comércio internacional em outros terminais portuários do Equador. Além disso, o sindicato questionou a eficácia do estado de emergência, declarado pelo presidente Guillermo Lasso, em 10 de agosto, após o assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio. A este respeito, o sindicato explicou que o objetivo desta medida era recuperar o controlo em várias zonas do país, mas que, no entanto, “nenhuma mudança favorável foi evidente nas últimas semanas”.

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