CPKC cria alternativa ferroviária ao Canal do Panamá para os Estados Unidos via México

O Canal do Panamá enfrenta intensa escassez de água para a qual pode não haver solução rápida. Com a persistência dos problemas, o CPKC, que foi formada este ano a partir da fusão da Canadian Pacific e Kansas City Southern, está criando uma única linha ferroviária conectando o Canadá, os EUA e o México)que pode minorar as dificuldades, informou a Seatrade.

Corey Heinz, diret
or Geral de Vendas da CPKC, explica que a combinação das duas empresas abriu o porto de Lázaro Cárdenas no México diretamente para os mercados do Golfo e Centro-Oeste dos EUA, bem como conexões ferroviárias de Classe 1 para destinos do Nordeste e Sudeste.

“Podemos oferecer esta solução onde um embarcador pode evitar que sua carga seja retirada do navio, ou ter o peso da carga restringido, e de fato carregar em um serviço da Ásia que vai direto para Lázaro Cárdenas, descarregando lá, alcançando os mercados de Houston, Dallas, Kansas City e Chicago", diz Heinz.

Os tempos de trânsito de Lázaro Cárdenas para Houston e Dallas são de cinco e seis dias, respectivamente. Segundo Heinz, isso supõe uma vantagem em termos de transit time em relação ao uso do Canal do Panamá que, para destinos como Dallas, pode chegar a 20 dias, e estabilidade em termos de planejamento, já que não há necessidade de se preocupar com o baixo nível de água.

“Uma das coisas que a CPKC está começando a focar são os embarcadores que querem estabilidade em sua cadeia de suprimentos e saber que tudo o que eles enviam vai se mover e eles vão ter economia no trânsito para os diferentes mercados”, esclarece.

Em termos de infraestrutura de terminais em Lázaro Cárdenas existem dois grandes operadores de terminais internacionais - Hutchison Ports e APM Terminals com 2 milhões e 1,2 milhões de TEUs de capacidade respetivamente e ligações ferroviárias no cais. Atualmente, os serviços estão em seus estágios iniciais e o CPCK está operando um único trem dedicado cerca de uma vez por mês para um armador que está fazendo uma escala dedicada com cerca de 500-600 contêineres nesse serviço.

Heinz acredita que há um grande potencial para aumentar os serviços ferroviários. "Temos muito espaço para partidas diárias dessas instalações, argumenta." A segurança é uma questão fundamental em termos de carga que transita pelos portos mexicanos e que Heinz diz ser "perguntado em todas as reuniões".

Segundo o executivo, o Lazarus Gate está no mesmo nível, se não melhor, do que os portões norte-americanos quando se trata de segurança. “Temos um grande centro de controle de segurança que supervisiona todo o México a partir de Monterrey, mais de 8.000 agentes de segurança e policiais dentro da ferrovia que ajudam a trabalhar no espaço ferroviário mexicano para garantir que o tráfego esteja em movimento e protegido”, disse ele, observando que, “além disso, eles também têm inspeções com drones.”