terça-feira, 22 de agosto de 2023

Ciberataques, mudança climática e robôs são as principais ameaças aos portos latino-americanos

O último relatório da Prosegur sobre "Segurança em infraestruturas portuárias na América Latina" ​​revelou os diferentes riscos e ameaças aos quais os portos da região estão expostos. Em termos de correto funcionamento das instalações, segurança nacional e trabalhista, destacam-se os riscos tecnológicos, principalmente os relacionados a ataques cibernéticos; desastres naturais que se tornam cada vez menos previsíveis como resultado das mudanças climáticas; e roubo e apreensão de bens.

Para as empresas, não ter pessoal qualificado para lidar com novas tecnologias implica em desafios e, embora a transição das atividades portuárias para a digitalização tenha otimizado as operações, a exposição a novas ameaças no ambiente de TI, como a vulnerabilidade a ataques cibernéticos, preocupa também os governos latino-americanos, que estão promovendo estratégias nacionais de formação em Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), particularmente no México, Chile e Brasil.

Esta fragilidade significa que as entidades multinacionais estão expostas a perdas milionárias, como foi o caso da Maersk, que nos últimos anos foi vítima de ataques cibernéticos que afetaram a sua operação nos portos que opera. Além disso, é importante ressaltar que as informações críticas armazenadas nos portos e a quantidade de dados disponíveis nos dispositivos digitais das instalações contêm informações sensíveis para a segurança nacional dos países.

Segundo dados da CEPAL, desde 2016 os ataques cibernéticos aumentaram 175%. A tendência indica que esse tipo de ação crescerá exponencialmente nos próximos anos, e casos como o ransomware WannaCry (2017) e NotPety (2018) serão cada vez mais comuns. O phishing tem sido a principal causa desses incidentes, mas recentemente aumentaram os casos causados ​​por más práticas de funcionários ou hackers infiltrados. dependência energética Adicionalmente, a digitalização acompanha o aumento da dependência energética para o bom funcionamento das infraestruturas.

Este risco requer manter o fornecimento de energia em boas condições para garantir padrões operacionais ideais. Caso contrário, os portos podem apresentar deterioração nas condições de umidade e temperatura, podendo ocasionar incêndios e vazamentos de água, que por sua vez podem afetar as condições de trabalho e a saúde dos funcionários. riscos climáticos Devido à sua localização em zonas costeiras, os portos são infraestruturas expostas a diferentes fenómenos climáticos, uma vez que são os primeiros locais onde estes eventos atingem o continente.

Os desastres naturais mais afetados são: tempestades tropicais e furacões no Caribe e na costa do Pacífico Norte; a estação chuvosa nas áreas de selva da América Latina; O fenômeno El Niño no Peru e no Equador; e eventos sísmicos e vulcões nos países do Pacífico que estão localizados no Anel de Fogo. Com exceção dos movimentos sísmicos, os portos podem se preparar para eventos climáticos graças às previsões meteorológicas.

No entanto, como resultado das mudanças climáticas, é muito provável que os eventos extremos tenham uma incidência crescente, mas ao mesmo tempo eles se tornarão menos previsíveis. Adicionalmente, o impacto de fenômenos naturais em outras áreas do mundo também afeta a atividade portuária na América Latina como resultado da interligação entre eles. doenças e acidentes As doenças que a força de trabalho pode contrair, afetando a operação dos portos, são consideradas riscos que impactam a atividade portuária.

O melhor exemplo foi o que aconteceu com a pandemia de Covid-19 e as repercussões que teve, sobretudo na China que, no quadro de severas medidas restritivas, paralisou o porto de Xangai, causando prejuízos milionários em todo o mundo. Os acidentes também são considerados uma ameaça, tanto para os trabalhadores quanto para a produtividade. Um exemplo recorrente é quando um navio encalha e toda a cadeia operacional é afetada.

Uma das principais atividades criminosas é o roubo ou apreensão de mercadorias nos portos. De acordo com o Índice de Crime Organizado, México, Brasil, Colômbia, Honduras, Panamá e Venezuela se configuram como os estados latino-americanos com maior incidência de crime organizado Por outro lado, no Chile, Equador e Peru há uma maior incidência de atos de vandalismo como forma de protesto cometidos, por exemplo, como resultado do conflito indígena em alguns desses países, onde o embarque de determinadas mercadorias pode definir o foco de um conflito de ativistas.

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