A discussão Connecting Ports, realizada pela Hamburg Port Consulting (HPC) neste mês de julho, examinou as novas perspectivas oferecidas ao mercado a partir das tecnologias de Inteligência Artificial (IA) nos portos. Especialistas de empresas novas e inovadoras discutiram o valor agregado que a IA pode trazer ao setor portuário. O diretor de Operações e cofundador da startup tecnológica de Barcelona AllRead, Adriaan Landmann, iniciou o debate defendendo que mais de 95% dos operadores carecem de “soluções automatizadas para controlar a entrada e saída de contentores e veículos”.
A tecnologia baseada em IA para reconhecimento óptico automático de caracteres (OCR) oferece novas oportunidades para simplificar processos e aumentar a eficiência. Segundo Landman, uma solução de OCR baseada em aprendizado profundo libera as "limitações tecnológicas e financeiras" dos sistemas existentes, reduzindo a dependência de hardware. “A IA pode colocar qualquer câmera no lugar certo, processar as imagens em tempo real e entregar os resultados ao sistema operacional do terminal. Isso torna o controle de acesso muito mais econômico para portos de todos os portes”, afirma, destacando essa qualidade como fundamental para seu uso em portos.
“Trata-se de aumentar o desempenho, reduzir os custos operacionais, reduzir as emissões de CO2, mas também aumentar a segurança”, diz Stephan Piworus, vice-presidente para a Europa da Hyderabad, startup indiana Atai, resumindo os benefícios da IA para operações marítimas. Até agora, isso foi impedido por um ambiente portuário com muitos sistemas diferentes "que não interagem bem com alguns operadores. Em vez disso, é essencial uma abordagem holística do portão ao trilho e aos centros de armazenamento".
No entanto, o setor portuário não é tão facilmente convencido pela IA. Stephan Piworus, formado em Administração de Empresas com larga experiência como operador de terminal, entende o embate entre "uma indústria conservadora" e as novas tecnologias: "As pessoas não veem o potencial, mas sim o risco a princípio. No entanto, ele não acredita que a idade de uma empresa no setor seja determinante: “É mais sobre o conceito e a facilidade de manutenção e operação”.
As startups não marítimas parecem trazer principalmente novas perspectivas e abordagens ágeis de solução de problemas. No AllRead, de acordo com Adriaan Landman, não apenas a curva de aprendizado permanente dos desenvolvedores está aumentando, mas os algoritmos também estão aprendendo constantemente. Assim, uma vez instaladas, as soluções de IA podem ser aprimoradas tecnicamente e adaptadas a novos padrões ou processos que devem ser integrados à operação.
Sobre eficiência e custos Alois Krtil calcula uma economia de custos com o uso de IA de "até 50% em ambientes B2B com base em tudo o que aprendemos em vários setores nos últimos anos". Em relação à incerteza sobre a segurança das soluções de IA e também no que diz respeito à conformidade com os regulamentos relevantes, Adriaan Landman explica que o AllRead cumpre todos os requisitos nacionais de segurança cibernética na Espanha, mas está constantemente alerta "porque os clientes às vezes têm expectativas ainda maiores e podem antecipar novos regulamentos". Sobre o debate sobre se as leis de proteção de dados impedem a inovação, Alois Krtil tem uma opinião clara: "Precisamos de regulamentação mais progressiva". A Lei de Dados da UE aponta na direção certa, mas deve ser "aplicada de forma realmente pragmática".
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