quarta-feira, 5 de julho de 2023

Capacidade de atendimento dos portos canadenses pode ter efeito dominó na Ásia e nos Estados Unidos


A International Longshore and Warehouse Union (ILWU) do Canadá, que representa mais de 7.000 estivadores, entrou em greve no sábado, 1º de julho, após o fracasso das negociações com a Associação de Empregadores Marítimos do BC (BCMEA). A medida atinge dois dos portos mais movimentados do Canadá: Vancouver e Prince Rupert, que juntos movimentam cerca de US$ 270 bilhões anualmente. Somado a isso, a greve ameaça a carga e adiciona pressões inflacionárias à economia canadense.

Ao mesmo tempo, isso pode produzir um efeito dominó na Ásia e nos EUA, impactando principalmente os setores automotivo, de contêineres, granel e projetos. De acordo com dados de tráfego marítimo (até 3 de julho), mais de 150 navios estão atrasados ​​no porto de Vancouver (foto) e outros 55 estão programados para escalar.

Enquanto isso, no porto de Prince Rupert há mais de 60 navios e outros 25 estão programados. Os atrasos provocados pela greve vão afetar os tempos de trânsito e permanência dos navios nestes portos, o que poderá aumentar ainda mais os custos, que a longo prazo tendem a afetar os clientes, o que se traduz num aumento dos preços das mercadorias. "A greve pode ter um impacto significativo nos portos de Vancouver e Prince Rupert, que são portas cruciais para o comércio exterior do Canadá, especialmente com a Ásia.

Esses portos movimentam uma parte substancial das importações e exportações do Canadá. A interrupção causada pela greve pode levar a atrasos, congestionamentos e ineficiências na movimentação de cargas, afetando vários setores e empresas que dependem de uma cadeia de suprimentos tranquila", disse Christian Roeloffs, cofundador e CEO da Container xChange.

Roeloffs acrescentou que "com base na experiência anterior, é essencial que tanto o ILWU Canadá quanto o BCMEA entrem em um diálogo construtivo, demonstrando sua vontade de abordar as principais questões que surgem. Disputas trabalhistas anteriores no setor marítimo mostraram que uma abordagem colaborativa pode levar a soluções mutuamente benéficas e a um retorno à normalidade".

As principais questões de negociação são os salários, já que o sindicato busca aumentos para compensar a inflação, que no ano passado atingiu seu nível mais alto em décadas, mas desde então esfriou para 3,4% em maio. O sindicato também quer limitar a terceirização e a automação.

Enquanto isso, o BCMEA declarou no sábado, 1º de julho, que seus negociadores apresentaram propostas de boa fé e "fizeram esforços repetidos para serem flexíveis e comprometerem-se com as principais prioridades". Infelizmente, as partes ainda não conseguiram chegar a um acordo.” A associação acrescentou que está comprometida com um acordo justo que garanta que os portos da costa do Pacífico canadense permaneçam competitivos e acessíveis.

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