quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Produtos agropecuários do Brasil serão os mais beneficiados com a ratificação do acordo Mercosul/UE


A assinatura em Montevidéu de um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, se ratificado pelo Parlamento da UE, poderia eliminar a maioria das tarifas entre as duas regiões, criando um mercado de mais de 700 milhões de consumidores e tornando-se um dos principais acordos comerciais. no mundo entre economias que têm um PIB de 22 trilhões de dólares. Se o acordo prosperar, a exportação de produtos como carne, açúcar, arroz e mel dos países sul-americanos para a Europa será facilitada e haverá um aumento nas quotas de exportação.

Em 2023, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai exportaram produtos agrícolas e agroalimentares no valor de 24 mil milhões de dólares para a UE, principalmente soja. Em troca, a UE poderá comercializar veículos, máquinas e produtos farmacêuticos em condições mais vantajosas. Além disso, o bloco económico europeu garante que, com esta assinatura, surgirão oportunidades interessantes para produtos europeus como o vinho, que atualmente tem tarifas até 27%, licores e queijos, que poderão beneficiar do crescimento do novo centro sul-americano. aula.

Segundo analistas, o Brasil será o país do Mercosul que mais se beneficiará com este acordo, especialmente o seu setor do agronegócio. Isto porque atualmente a UE é o segundo maior importador de produtos agrícolas brasileiros, atrás apenas da China. Após a entrada em vigor do tratado, 97% das exportações do Brasil para a UE terão tarifa zero.

Projeções do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) indicam que como consequência a economia do Brasil poderá crescer 0,46% ao ano, o agronegócio 2% e as exportações 3%. Além disso, os investimentos no Brasil aumentariam 1,49%, frente a um cenário sem acordo. Ou seja, o Brasil seria o país sul-americano que mais cresceria.

Por outro lado, foi salientado que, para todos os efeitos, os grandes perdedores serão os pecuaristas e agricultores franceses. Por isso, houv uma tentativa de boicote no país à carne proveniente do Brasil, em que o país sul-americano chegou a ser acusado de não cumprir todas as normas necessária. Os produtores franceses opõem-se fortemente porque temem perder a sua quota de mercado e competitividade.

O entendimento é porque o Brasil produz mais e, sem ter de pagar as taxas de exportação cobradas atualmente pela UE, poderia oferecer preços mais atrativos do que os agricultores europeus. No momento da assinatura, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, garantiu que “Ouvimos as preocupações dos nossos agricultores e agimos em conformidade”, e destacou que “mais de 350 produtos da UE estão agora protegidos por uma indicação geográfica” e que “os exportadores do Mercosul terão que cumprir rigorosamente estas regras para aceder ao mercado da UE.

Esta é a realidade de um acordo que irá poupar às empresas da UE 4 mil milhões de euros em direitos de exportação por ano.”  O acordo proposto entre a UE e o Mercosul é composto por um pilar político e de cooperação e por um pilar comercial. A conclusão das negociações constitui o primeiro passo no processo rumo à conclusão do acordo. Os documentos oficiais serão publicados online nos próximos dias. Após esclarecimentos jurídicos finais por ambas as partes, o texto será traduzido para todas as línguas oficiais da UE e apresentado ao Conselho e ao Parlamento Europeu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário