terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Porto Açu quer se consolidar como centro de transição energética


O porto do Açu(RJ) foi projetado para apoiar a exploração e produção offshore de petróleo e gás e mineração. Isso a levou a se tornar um polo industrial reconhecido, com a implantação de infraestruturas e diversas empresas. atualmente aspira se tornar um centro de transição energética, com projetos de gás natural, solar e eólico offshore e hidrogênio verde coexistindo com a indústria de combustíveis fósseis, conforme relatado por BNamaericas.

A empresa responsável pela administração do porto, a Prumo Logística, é uma holding controlada pelo fundo norte-americano EIG - como acionista majoritário - e pelo fundo Abu Dhabi Mubadala. Rogério Zampronha, presidente executivo da Prumo logística, detalha que eles controlam diversas empresas, como a Ferroport, joint venture com a Anglo American na área de mineração; GNA [Gás Natural Açu], que possui 3GW de usinas termelétricas; Vast [antiga Açu Petróleo], que representa 40% das exportações de petróleo do Brasil; e NfX, um comerciante de combustível.

Ele explica que o porto do Açu foi criado com vistas à mineração e apoio à exploração e produção offshore. E, de fato, essa indústria se consolidou com base no porto com a instalação de diversas empresas. “Na minha opinião, é possível encontrar no Açu um conjunto de elementos que fazem do porto o melhor ponto de transição energética da América Latina. Para que haja uma transição, é preciso energia renovável abundante e barata, além de água potável”, detalha.

O executivo também destaca que o porto está localizado próximo à região sudeste, principal centro consumidor de energia elétrica do Brasil e que tem espaço para a instalação de uma indústria que fabrica pás, aerogeradores e bases de geradores eólicos offshore. No que diz respeito à energia solar, destaca-se que “temos um acordo de desenvolvimento conjunto com a Equinor. Esperamos que esta planta esteja operacional até 2025.”

Além disso, destaca que “estamos desenvolvendo projetos de biomassa para a produção de biogás e todos os produtos derivados: biometano, SAF [combustíveis de aviação sustentáveis] e outros derivados de biomassa”. “Também aprovamos um projeto para construir um terminal de armazenamento de combustíveis fósseis, biocombustíveis e eletrocombustíveis [como amônia e metanol verde] para a Vast”, acrescenta.

A energia eólica offshore não fica atrás: “temos acordos com a EDF, Neoenergia, TotalEnergies e Equinor, e para hidrogénio verde com Shell, Linde, Neoenergia, EDF e Comerc Eficiência”. Ele acrescenta que o novo propósito da Prumo “é ajudar o mundo a reduzir sua pegada de carbono e acelerar o melhor do Brasil, que são seus recursos naturais, sua gente, sua posição privilegiada e sua estabilidade”.

Quanto aos progressos ligados a esta transição energética, Zampornha destaca que "toda esta indústria vai definir o seu ritmo de construção a partir do momento em que for realizado o primeiro concurso para o direito de utilização de áreas offshore [para geração de energia], que esperamos que aconteça no final de este ano."

“A usina de hidrogênio da Shell, por exemplo, está programada para produzir seu primeiro volume em 2025. E isso pode acontecer com uma usina eólica onshore ou solar, por exemplo. Este é o primeiro. Enquanto isso, estamos concedendo licenças para uma área de 1 milhão de metros quadrados para abrigar projetos de hidrogênio no porto”, afirma.

Sobre a área de gás e óleo no porto, ele indicou que “em dezembro, anunciamos acordos com a [Transportadora Associada de Gás] TAG e [Nova Transportadora do Sudeste] NTS para trazer gás nacional para o porto do Açu, ambos para as plantas GNA I e GNA II e ainda para as demais instalações. Em relação ao petróleo, temos a maior base de apoio offshore do mundo, com cerca de 15 berços e há plantas [com dutos submarinos flexíveis] da TechnipFMC e da NOV. Temos muito espaço para expansão dos negócios de óleo e gás no porto, incluindo projetos para entrada em operação de plataformas e novos dutos para abastecimento de navios no porto”, observou.

Além disso, ele destacou o projeto Vast. “O transbordo de hidrocarbonetos é feito em área protegida, com segurança operacional e ambiental. A empresa planejou investimentos para aumentar a capacidade local de processar combustíveis locais e descarregar petróleo bruto para refinarias, plataformas de abastecimento e outras embarcações. Além disso, o porto do Açu também está se configurando como base logística para outras indústrias não relacionadas a petróleo, gás e energia, como a de fertilizantes, por exemplo. Nosso terminal multicargas ultrapassará a marca de 2 milhões de toneladas transportadas neste ano. Importamos os primeiros veículos pesados ​​pelo porto e podemos nos tornar o principal centro importador de veículos do país”.

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