terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Desempenho financeiro positivo dos freight forwarders durante a pandemia da Covid-19 gera uma nova face para o mercado logístico

Apesar das margens mais apertadas do que antes, o alto faturamento alcançado pelos agentes de carga durante a pandemia se somou à estratégia de expansão por meio de fusões e aquisições, que está reformulando o mercado de logística internacional. É exatamente assim que retrata a análise do relatório “Competitive Landscape in the Global Freight Forwarding Market” (Cenário competitivo no mercado global de agenciamento de fretes), publicado pela Ti Research, pertencente à empresa de pesquisa de mercado de logística Transport Intelligence.

O documento incide sobre o desempenho financeiro das companhias de navegação durante o ano de 2021, estudando o impacto da subida dos fretes, o consequente aumento das suas receitas, e as fusões e aquisições que daí resultaram atividade intensa. Numa base total de 20 transitários, tanto em volume de negócios como em volume, o estudo coroa a suíça Kuehne + Nagel como a grande vencedora em 2021, com um aumento de 91,4% nos lucros face ao ano anterior, com especial destaque para o negócio da logística marítima, e ainda que o aumento de seus volumes tenha sido de apenas 2%, posiciona-se bem acima do segundo lugar ocupado pela Sinotrans, superando-a em volume em 830 mil TEUs.

A DSV ocupa o terceiro lugar em termos de volume de negócios, mas cai para o quarto lugar quando se trata de volumes, enquanto a DSV Panalpina registrou lucros menores, mas mais carga movimentada. Apesar de aumentar seus volumes de carga em 2,4% durante 2021, a DB Schenker permanece na quinta posição. “Em 2021, um total de 11 agentes de carga registraram volumes acima de 1 milhão de TEUs durante o ano. Em 2020, apenas oito empresas ultrapassaram a marca de 1 milhão de TEU”, afirma o relatório. No caso da carga aérea, graças ao aumento das tarifas, a Kuehne + Nagel lidera com um volume de negócios superior a 10.000 milhões de euros, seguida da DSV.

A DB Schenker ocupa a terceira posição devido às tarifas mais elevadas e à maior procura de voos charter. “Em 2021, 16 despachantes de carga aérea registraram lucros de mais de € 1 bilhão”, destaca o estudo, além de destacar duas grandes tendências em volumes aéreos: a perda de participação de mercado da DHL Global Forwarding Freight; e o aumento da participação de mercado da DSV e da Kuehne + Nagel devido às aquisições da Panalpina e da Apex Logistics, respectivamente. No entanto, apesar das altas faturas e altas taxas, a verdade é que o custo do transporte, tanto marítimo quanto aéreo, aumentou.

As regulamentações ambientais e o valor dos combustíveis encareceram o negócio, reduzindo as margens de lucro. “Vimos nos últimos dois anos que a receita aumentou, mas não tanto quanto o custo das viagens aéreas. A relação receita/lucro caiu, pois tanto os preços quanto os custos aumentaram em termos absolutos. Essa tendência pode ser vista nos números da Kuehne + Nagel e da DHL Global Forwarding”, destaca o texto. Mas, apesar dos altos custos e dos lucros menores, a aposta na consolidação do mercado logístico pode resultar em um cenário que redefina a competitividade de uma área que silenciosamente colheu os frutos de uma tempestade jamais imaginada e ainda não superada.

 

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