Após a confirmação de que o Governo Federal vai devolver a autonomia
das concessões portuárias para Pernambuco, algo que ficou comprometido
desde 2013, com a promulgação da Lei dos Portos, o setor começa a
vislumbrar dias melhores a partir da retomada de licitações importantes. No Porto do Recife, o diretor comercial do ancoradouro, Carlos Vilar,
vê a notícia com entusiasmo. “Podemos dizer que agora começamos 2017
com o pé direito. Vamos destravar os processos licitatórios de todos os
portos que estavam freados há anos”, comenta.
Segundo ele, além do Terminal Marítimo de Passageiros - que apesar de
ter sido uma obra que entrou em operação para a Copa do Mundo,
permanece sem arrendatário até o momento, por conta da burocracia da Lei
dos Portos - outras iniciativas que prometem abrir o leque para
despertar o interesse dos investidores privados. “Entre as principais,
podemos destacar a instalação de um terminal para coque de petróleo e a
do terminal de barrilha, matéria-prima da indústria de vidro. Esses
projetos que estavam represados há cinco anos e agora podemos vislumbrar
um cenário melhor para 2017”, acredita Vilar.
Por não saber exatamente qual será o teor do decreto que o presidente
irá assinar para autorizar a retomada da autonomia do Estado nas
concessões dos portos, o Porto do Suape informou que ainda não tem como
precisar qual dos projetos travados serão priorizados.
De acordo com a Assessoria de Imprensa do ancoradouro, devido ao
tempo em que estão paradas as concessões, até os estudos técnicos que
viabilizavam as obras âncoras, como a do segundo Terminal de Contêineres
(Tecon II); o Terminal de Grãos; dois terminais de Granéis Minerais e o
Pátio de Veículos, se tornaram obsoletos. Será preciso refazer essas
etapas para fazer as adaptações necessárias.
Como os projetos estão parados há anos, a mudança do cenário
econômico também precisa ser considerada. Professor de logística da
Faculdade Boa Viagem, Paulo Alencar, lembra que, mesmo que as
concorrências sejam lançadas ainda este ano, qualquer avanço positivo
nas negociações só deverá ocorrer de fato, a partir do próximo ano.
“Essa retomada apenas irá acelerar a burocracia, mas não vai resolver o
problema, garantindo investimento. Isso está na mão da iniciativa
privada, que está receosa em investir nesse momento econômico atual”,
argumenta o professor.
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