O Estado do Paraná registrou uma receita de exportações em US$ 15,2 bilhões em
2016, o que representou um aumento de 1,8% em relação aos US$ 14,9
bilhões registrados em 2015, de acordo com dados do Ministério da
Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Os paranaenses seguiram na direção contrária dos
resultados do Brasil. Em 2016, o País registrou um recuo de 3,09% nas
exportações na comparação com o ano anterior, com um faturamento de US$
191,1 bilhões.
“Apesar da quebra da safra, que frustrou a exportação do excedente da
produção de grãos, e o patamar de preços das commodities não ser mais
tão favorável como há dez anos, o Paraná conseguiu ter um resultado
acima da média brasileira” diz Julio Suzuki, diretor presidente do
Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes). De acordo com ele, a previsão é de um avanço mais forte das exportações em 2017
O Paraná teve o maior crescimento de exportações
entre os Estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, que reúnem as maiores
economias do País. Levantamento do Ipardes mostra que das 11 unidades
dessas regiões, apenas quatro tiveram resultados positivos. Além do
Paraná, São Paulo registrou alta de 1,4%, Rio de Janeiro e Goiás (0,9%)
cada um.
Enquanto as exportações brasileiras foram afetadas mais fortemente
pela queda dos preços internacionais, o Paraná teve, nas vendas
externas, influência positiva dos setores de celulose e de transporte,
principalmente. “Houve uma boa contribuição da celulose e da retomada da
venda de automóveis para a Argentina”, diz Suzuki Júnior.
Influenciada pela instalação da nova fábrica da Klabin
em Ortigueira, nos Campos Gerais, a exportação de celulose cresceu 147
vezes no Paraná em 2016. Passou de US$ 2,09 milhões, em 2015, para US$
308,96 milhões no ano passado.
As vendas de veículos de carga, por sua vez, aumentaram 195,3%, de
US$ 113,8 milhões para US$ 336,3 milhões. As exportações de automóveis
cresceram 56,1%, de US$ 386,8 milhões para US$ 603,7 milhões. As vendas
do setor automotivo foram beneficiadas pela retomada das encomendas da
Argentina.
“Foi surpreendente a capacidade de redirecionamento da produção da
indústria automotiva do Estado para o País vizinho. Os automóveis, que
chegaram a ser o primeiro produto exportado pelo Paraná, perderam
posições nos últimos anos e vem recuperando espaço. Hoje estão em quinto
lugar na pauta”, diz Suzuki Júnior.
As vendas de tratores, por sua vez, tiveram crescimento de 27,5%, de US$ 188,7 milhões para US$ 240,5 milhões. No agronegócio, os destaques foram as exportações de carne suína in
natura, que aumentaram 30,2%, de US$ 132,4 milhões, em 2015, para US$
172,3 milhões em 2016. As exportações de açúcar bruto tiveram alta de
13,4%, de US$ 792,8 milhões para US$ 898,8 milhões.
De acordo com Suzuki Júnior, a perspectiva de uma boa
safra de soja e de milho deve aumentar a exportação tanto na forma de
grão quanto de proteína animal, como frango. “Isso deve fazer com que as
exportações tenham destaque na economia do Estado nesse ano” afirma. Suzuki Júnior lembra que a previsão é positiva também tanto para
automóveis, com a continuidade de exportações para a Argentina, quanto
para o setor de celulose.
Na direção contrária, as importações, por sua vez,
tiveram queda de 10,89% no Paraná em 2016, influenciadas pela queda no
consumo com a recessão. As importações passaram de US$ 12,4 bilhões, em
2015, para US$ 11,09 bilhões em 2016, influenciadas pela queda de
encomendas de óleo bruto de petróleo, automóveis e componentes, por
exemplo.
Com a queda nas importações e o aumento das exportações, o
Paraná registrou um superávit comercial de US$ 4,08 bilhões, o maior
desde 2005 (US$ 5,5 bilhões). Apesar de positivo, o resultado da balança
comercial ainda reflete o efeito da recessão, puxado principalmente
pela queda nas importações. “O que percebemos é que há uma corrente de
comércio baixa, que reflete um pequeno volume de transações tanto nas
exportações quanto nas importações”, diz.
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