O Porto de Santos atingiu em 2016 um total de 113,815 milhões de
toneladas de cargas. Esse foi o terceiro maior movimento da história do
complexo portuário paulista, apesar da redução de 5,1% verificada em relação a
2015 (119,931 milhões t).
O diretor-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo
(Codesp), Alex Oliva, comenta que “esse volume, apesar de representar
uma redução na comparação com o apurado em 2015, devido, principalmente,
à expressiva queda nos embarques de milho, foi concretizado num cenário
econômico global adverso, mostrando o bom desempenho do Porto de
Santos, inclusive, em situações adversas”.
Outro fator determinante para esse resultados, apontado pelo diretor
de Relações com o Mercado e Comunidade, Cleveland Lofrano, foi a
diminuição nas operações com cargas conteinerizadas naquele ano,
afetadas por fatores conjunturais, como a valorização do Real, que
afetou a competitividade das exportações brasileiras de maior valor
agregado, em um cenário global de demanda ainda reprimida.
As exportações somaram 81,423 milhões t, 7,0% abaixo do mesmo período
do ano passado (87,565 milhões t), e as importações atingiram 32,391
milhões t, 0,1% acima das descargas verificadas em 2015 (32,366 milhões
t).
O destaque na movimentação ficou com o açúcar, cujos embarques
totalizaram 20,255 milhões t, 11,4% a mais do que no ano passado (18,185
milhões t), seguido pelo complexo soja, com 19,125 milhões t, 7,6% a
mais do que no último período (17,772 milhões t). Desse total, 14,560
milhões t são de soja em grãos e 4,565 milhões t de farelo de soja, que
apresentaram, respectivamente, aumento de 10,7% e redução de 1,2% se
comparados a 2015.
“Os embarques de açúcar e soja em grãos contribuíram para amenizar a
queda na movimentação, favorecidos por uma boa safra e preços
internacionais em recuperação”, comenta Lofrano.
O milho, a terceira carga mais movimentada (7,943 milhões t),
apresentou uma queda de 49,7% diante dos 15,786 milhões t embarcados no
ano passado, caracterizando-se como o principal fator para a redução no
movimento anual. A celulose somou 3,087 milhões t, ficando 9,5% abaixo
do movimento do último ano (3,411 milhões t). Ainda no fluxo de exportação, aparecem o álcool, com 1,129 milhão t e o café em grãos, com 1,350 milhão t.
No fluxo de importação destacam-se o adubo, com 3,549 milhões t, um
aumento de 47,4% sobre o movimento do ano passado (2,408 milhões t), e o
enxofre, com 1,732 milhão t, queda de 12,2% sobre o volume registrado
em 2015 (1,972 milhão t). A carga conteinerizada somou 3,564 milhões teu (unidade equivalente a
um contêiner de 20 pés), ficando 5,7% abaixo do total verificado no ano
passado (3,779 milhões teu). O fluxo de embarcações somou 4.723 atracações, 8,2% abaixo do registrado em 2015 (5.144).
O Porto de Santos respondeu por 28,5% (US$ 92,108 bilhões) do fluxo
de comércio brasileiro, que atingiu US$ 322,787 bilhões. Os embarques
pelo complexo santista somaram US$ 51,643 bilhões, 27,9% do total Brasil
(US$ 185,235 bilhões), e as descargas US$ 40,464 bilhões, 29,4% do que
importou o Brasil (US$ 137,552 bilhões). Essa foi a maior participação
anual do complexo portuário santista na movimentação das trocas
comerciais brasileiras (em valor) em toda a sua história.
O recorde anterior foi de 27,3% registrado em 2015. A movimentação do
porto santista superou a soma das participações dos sete portos que
ocupam da 2ª a 7ª colocação no ranking das trocas comerciais
brasileiras.
Os três principais destinos das exportações brasileiras foram a China
(14,1%), os Estados Unidos (11,8%) e a Argentina (5,9%). As três
principais origens das importações foram a China (20,4%), Estados Unidos
(17,3%) e Alemanha (10,1%).
Destacam-se entre as cargas de exportação o açúcar, com 12,2% do
total (Índia, China e Argélia); a soja, com 10,2% (China, Tailândia e
Taiwan); e o café, com 8,0% (EUA, Alemanha e Japão).
Na importação aparecem o gasóleo, com 2,12% (EUA, Suiça e Holanda);
caixas de marchas, com 1,37% (Japão, Indonésia e Coreia do Sul); e
inseticidas, com 1,30% (EUA, Bélgica e China).
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