O sistema portuário do Brasil movimentou 17 milhões de toneladas de cargas a mais no terceiro trimestre deste ano na comparação com igual período de 2016. O desempenho representou um crescimento de 6,6% nas operações também em relação ao mesmos meses período do ano passado, de acordo Boletim
Informativo Aquaviário produzido pela Agência Nacional de Transportes
Aquaviários – ANTAQ
Os portos brasileiros, que incluem os portos organizados e os
terminais de uso privado (TUP) do país, movimentaram 279,3 milhões de
toneladas no terceiro trimestre de 2017. O resultado representa aumento
de 6,6% em relação a igual período de 2016, quando foram movimentadas
262,1 milhões de toneladas. Os números são do Boletim Informativo
Aquaviário do terceiro trimestre de 2017, produzido pela Agência
Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ).
De julho a setembro, os TUPs foram responsáveis por movimentar 182,5
milhões de toneladas. Em 2016, foram movimentados 172,3 milhões de
toneladas pelos terminais de uso privado. A diferença entre os dois
resultados foi de 6% a mais em cargas movimentadas, em 2017.
O desempenho dos terminais de uso privado foi bastante significativo,
segundo o gerente de Estatística e Avaliação de Desempenho da ANTAQ,
Fernando Serra. “Trata-se, sem dúvida, de um avanço significativo,
demonstrando respostas positivas às demandas por movimentação de cargas,
principalmente no minério de ferro que responde por 49% da participação
de mercado desses portos”, observou.
O resultado também foi expressivo nos portos organizados do país que
registraram crescimento na sua movimentação. No trimestre, eles foram
responsáveis pela movimentação de 96,8 milhões de toneladas, aumento de
7,8% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os portos organizados que se destacaram na movimentação de cargas
nesse trimestre, na comparação com igual período de 2016, foram
Paranaguá (38,3%), Santos (11,7%), Santarém (147,4%) e São Francisco do
Sul (39,4%).
Entre os principais portos que movimentaram contêineres no período,
destaque para Santos (+11,0%), Rio Grande (+30,8%) e Paranaguá (+4,7%).
Juntos, os seis principais portos representaram 87,2% de toda a
movimentação de contêineres em portos organizados, em termos de
tonelagem de carga bruta.
Já com relação aos terminais de uso privado (TUPs), Ponta da Madeira,
localizado no Maranhão, foi um dos destaques. Na comparação com o
terceiro trimestre de 2016, registrou alta de 13,1%, apresentando
incremento de cerca de 5 milhões de toneladas, sendo 99% minério de
ferro. Outro destaque entre os TUPs foi o Terminal Portuário do Pecém,
que obteve 38,3% de aumento na sua movimentação em comparação ao
terceiro trimestre de 2016.
Entre os grupos de mercadorias com maiores movimentações no terceiro
trimestre de 2017, os destaques foram minério de ferro (101,3 milhões de
toneladas, acréscimo de 1,3%), e Petróleo, com 49,5 milhões de
toneladas e decréscimo de 0,4%. Os contêineres foram a terceira carga
mais movimentada, com 28,3 milhões de toneladas e crescimento de 8,2% no
período.
Considerando-se o perfil das cargas, os granéis sólidos foram
responsáveis por 64,9% da tonelagem de cargas movimentadas no Brasil
nesse terceiro trimestre, representando 181,4 milhões de toneladas e
crescimento de 9% em comparação a igual período de 2016. Foram
movimentados ainda nesse trimestre 57 milhões de toneladas de granéis
líquidos, número 0,5% superior ao montante movimentado em igual período
do ano passado, e 12,6 milhões de toneladas de carga geral,
correspondendo a queda de 1,1% em relação ao terceiro trimestre de 2016.
Segundo o Boletim da ANTAQ, esse pequeno recuo no terceiro trimestre
se deveu, sobretudo, à movimentação de celulose (-14,1%) e de madeira
(-17,2%). “Contudo, indica ainda o Boletim Aquaviário, é possível
observar tendência de aumento de volume movimentado desse perfil no
período 2015 a 2017, com a taxa de crescimento médio de +1,13% por
trimestre”.
Nesse terceiro trimestre foram movimentados ainda cerca de 2,5
milhões de TEUs, ou 28,3 milhões de toneladas de cargas conteinerizadas,
representando, respectivamente, crescimento de 6,4% e de 8,3% em
relação ao terceiro trimestre de 2016. Houve crescimento nas importações
(7,9%) e nas exportações (5,1%) desse tipo de carga, demonstrando que a
corrente de comércio voltou a crescer nos dois sentidos, especialmente
quando no trimestre anterior evidenciava-se uma queda de 8,1% nas
exportações.
As navegações de Longo Curso e interior apresentaram elevações nas
quantidades de cargas movimentadas, respectivamente, de 6,3% e 52,9%,
enquanto a Cabotagem ficou estável, com leve queda de 0,2%.
O crescimento nas movimentações de mercadorias importadas (4,7%) e
exportadas (6,7%), correspondente à navegação de Longo Curso, demonstra
claramente o reflexo da tendência de retomada do mercado interno e
externo no Brasil, aponta o Boletim da ANTAQ.
Considerando-se o total acumulado no ano de 2017 (janº/setº), tem-se
que a navegação de longo curso é a mais representativa dos tipos de
navegação, com 74% do total de cargas movimentadas. Em seguida, vem a
cabotagem, com 20% das cargas movimentadas, e a navegação interior, com
6%.
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