A International Chamber of Shipping (ICS) emitiu uma nota em defesa
do trabalho da indústria na redução das emissões de gases de efeito
estufa dos navios. O comunicado coincide com a abertura da conferência
da COP 23 da ONU sobre mudanças climáticas sob a presidência da
República das Fiji em Bonn (Alemanha) esta semana .
Rejeitando as reivindicações de algumas ONGs ambientais de que os
interesses de embarque obstruem deliberadamente os esforços de redução
de CO2, o ICS argumenta que a indústria está realmente "buscando de
forma construtiva ajudar os Estados membros da International Maritime
Organization (IMO) a desenvolver uma estratégia de redução de CO2
verdadeiramente ambiciosa, mas também realista".
As observações são do diretor de política e relações internacionais
da ICS, Simon Bennett, em um artigo preparado para a publicação
dinamarquesa "Shipping Watch".
Bennett argumenta que a ICS não admite qualquer limite vinculativo
nas emissões totais de CO2 do setor de transporte pela simples razão de
que os países em desenvolvimento — particularmente a China e a Índia —
deixaram clara sua oposição ao conceito. Em vez disso, a ICS espera que
todos os Estados membros da OMI assinem as propostas da indústria para
"ambiciosos objetivos de redução de CO2" — um conjunto de metas
voluntárias com as quais a IMO concordou em dar forma a partir de abril
próximo.
A ICS permanece contra o conceito de "indexação obrigatória de
eficiência operacional" dos navios, uma vez que as grandes diferenças
nas rotas marítimas e nos tipos de embarcações podem levar a penalidades
"injustas" aos navios, criando uma séria distorção do mercado e
competição injusta.
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP 23) teve
início nesta segunda-feira (7). Até o dia 17 de novembro,
representantes dos diversos países participantes estarão reunidos para
viabilizar formas de promover os objetivos do Acordo de Paris e alcançar
progressos em sua implementação.
O encontro é organizado pela Convenção das Nações Unidas sobre
Mudança Climática (UNFCCC, na sigla em inglês), em parceria com
autoridades da Alemanha. A COP 23 terá um segmento de alto nível a
partir de 15 de novembro, com a participação de ministros e outras
autoridades.
Segundo a UNFCCC, governos reunidos na COP 23 vão procurar avançar a
implementação do Acordo de Paris e desenvolver diretrizes sobre como
pontos do Acordo poderão ser implementados em diversas áreas, debatendo
temas como financiamento, transparência, adaptação, redução de emissões
de gases, capacitação e tecnologia.
A meta é fazer progressos em todas essas áreas para que as
orientações tiradas do encontro possam ser completadas até a COP24, que
será realizada na Polônia, em 2018. No fim de outubro, a agência ONU
Meio Ambiente divulgou um novo relatório afirmando que as promessas
nacionais feitas pelos países no Acordo de Paris representam apenas um
terço das ações necessárias para alcançar metas relacionadas ao clima e
evitar os piores impactos da mudança climática.
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