quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Fórum de Infraestrutura e Logística da AHK/RS está consolidado junto aos profissionais dos segmentos produtivos gaúchos

A AHK/RS (Câmara Brasil-Alemanha) promoveu quarta-feira, 19, o X Fórum de Infraestrutura e Logística, que abordou temas como as dificuldades decorrentes da pandemia provocada pela Covid-19 e as propostas buscadas para contornar o problema que atingiu as atividades econômicas em todo o mundo. “As palestras e cases apresentados mostraram algumas soluções adotadas para enfrentar essas barreiras geradas pela crise sanitária e ainda apontaram estratégias que podem contribuir para o incremento do comércio global”, afirmou o vice-presidente da entidade e coordenador do seu Comitê de Logística, Renê Wlach, que comemorou o sucesso da iniciativa, "consolidada em aceitação e frequência de público e órgãos intervenientes e a sociedade em geral".

Segundo o executivo, que também é diretor comercial da Wilson Sons nas unidades Tecon Rio Grande e Tecon Santa Clara, “a participação do Brasil no comércio mundial representa apenas 1% do total. Temos muito a avançar e é importante para isso qualificar nossos profissionais para atuarem nos mercados internacionais”. Wlach elogia projetos que vem sendo implementados, que foram explanados nesse fórum e que vão permitir esta mudança de patamar para o Estado e o país.

A construção da UTE-Usina Termelétrica e Gaseificadora, do Grupo Cobra, na cidade de Rio Grande, está entre essas iniciativas. O ceo no Brasil da empresa espanhola, Jaime Llopis, revelou que o projeto envolve investimentos de R$ 6 bilhões. “A expectativa é de que o fornecimento de gás começará entre três e quatro anos, fornecendo energia mais barata que as atuais, e pode chegar a uma fatia de 10% a 15% do consumo do Estado”, disse, adiantando que “se houver demanda de consumo, é possível expansão do projeto”.

O diretor geral de Logística MSC no Brasil, Elmer Justo, ressaltou que o caos provocado pela Covid-19 levou ao caos, que se deve também à mudança no padrão de consumo, provocando uma alta de demanda, congestionando os portos, especialmente na China. “Gerou a falta de espaço nos navios, adiando viagens e consequentemente a entrega de mercadorias”, observou.

Elmer contou que essa situação levou a empresa, que tem uma frota hoje de 730 navios, a maior do planeta, a comprar cerca de 30% de embarcações que eram afretadas. Ele afirmou que “a estabilização no fluxo começou no primeiro semestre desse ano”. Especificamente em relação ao Brasil, disse que a confiança no país pode ser traduzida pela manutenção dos serviços, ainda que sem adicionais, e pela sua subsidiária, MedLog, que só em Rio Grande, está investindo na construção de um armazém de 4 mil m2 junto ao complexo portuário.

Ao explicar a importância da mudança no modelo de gestão do Porto de Rio Grande, o diretor de operações da PortosRS, Romildo Bonda, afirmou que “pela primeira vez no complexo temos projetos, equipe técnica profissionais e recursos financeiros próprios, sem depender de governo, para decidir”. Esse novo status, na sua avaliação, permite que “sejam feitos investimentos no que o porto precisa para atender a demanda, e já temos em poucos meses de atividade 40 licitações emergenciais em curso, basicamente referentes a melhorias”. “Até o final do próximo ano, já teremos uma estrutura renovada e poderemos desenvolver novos projetos para atrair cargas”, comemorou Bondan.

O analista de comércio exterior da AGCO, Alexandre Querino, frisou que é importante estar próximo dos portos e aeroportos, pontos facilitadores do comércio. “Esses terminais são agregadores para os negócios”, explicou. Calos Menchik, diretor da Prolog, ressalvou que “a mão de obra no Brasil é barata, mas a tecnologia muito cara. Na Europa e EUA, O planejamento de demanda é mais fácil, porque há mais estabilidade política e econômica”. O gerente de logística da Mercado Livre, André Simões, revelou que “um projeto da companhia é comprar produtos em determinadas regiões para vender nas proximidades, agilizando o negócio”.

Palestraram ainda no Fórum da AHK/RS o ceo da Huttech, Éder Huttner, o consultor da Solve Shipping, Leandro Barreto e o gerente de p&d do Grupo Bertolini, Lucas Pasquali. A iniciativa foi no Hotel Deville, em Porto Alegre (RS) e ocupou a manhã e à tarde. O público ficou em torno de 130 pessoas. O vice-presidente da AHK/RS, Renê Wlach, disse que "a Câmara considera que o evento é de relevância e tem sido prestigiado pela comunidade industrial, de comércio e de logística, e exige tempo e dedicação para a sua realização".

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário