O governo federal vai descobrir de forma mais efetiva nos próximos dias as consequências da Operação Lava-jato sobre as concessões em infraestrutura. O Palácio do Planalto espera que o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) comece a liberar os empréstimos de longo
prazo para os consórcios que venceram os leilões de rodovias realizados
em 2013. Esses grupos são compostos, em boa parte, por construtoras que
hoje estão no alvo da Polícia Federal na Operação Lava Jato.
Quando
o governo leiloou as rodovias, prometeu financiamento do BNDES de duas
formas: por meio de um empréstimo-ponte, de liberação rápida, que
permitiria aos consórcios duplicarem pelo menos 10% do trecho concedido,
uma condição necessária para a cobrança do pedágio. Ao mesmo tempo,
seria liberado um empréstimo de longo prazo para fazer o restante dos
investimentos previstos no contrato, principalmente concluir a
duplicação de todo o trecho no prazo de cinco anos.
O
empréstimo-ponte saiu para quase todos os vencedores, exceto a Galvão
Engenharia, que arrematou o trecho da BR-153 em Goiás e Tocantins em
maio de 2014, dois meses depois do início da Lava Jato. Sem o
empréstimo, o consórcio pretende repassar a concessão. Já
o empréstimo de longo prazo não saiu para nenhuma das vencedoras, que
desde o ano passado se mostram preocupadas com o risco de atraso. A primeira operação do tipo está prestes a
sair e não será polêmica, porque o tomador é a concessionária MGO,
formada por um conjunto de médias construtoras que não são alvo da
Polícia Federal.
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