A utilização média da capacidade instalada da indústria brasileira
foi de 64% em dezembro do ano passado, divulgou hoje (24) a Confederação
Nacional da Indústria (CNI), que considerou os dados do fim do ano como
indicadores de uma trajetória de recuperação. O percentual foi superior
ao do mesmo mês de 2016, de 63%, e de 2015, 62%, mas ainda está abaixo
de 2014, quando foi de 68%.
O indicador mede a utilização da
infraestrutura disponível nas fábricas para produzir, e, segundo a CNI,
os principais problemas enfrentados pelo setor são a carga tributária, a
falta de demanda interna e a inadimplência dos clientes. Para a
CNI, os dados de dezembro sugerem "a manutenção do processo de
recuperação da indústria no encerramento do ano". A confederação explica
que é comum que a produção caia em dezembro, com o fim das encomendas
para festas de fim de ano, mas, em 2017, a essa queda foi mais branda.
O
índice que mede a variação da produção em relação ao mês anterior ficou
em 42,4 pontos em dezembro, em uma escala de 0 a 100 em que qualquer
valor abaixo de 50 pontos representa recuo. O resultado é o melhor para
dezembro desde 2011, quando o índice foi de 42,6 pontos. Em 2015,
dezembro ficou com 35,5 pontos e, em 2016, com 40,7 pontos.
Ainda
segundo a CNI, a queda no índice que mede a variação no número de
empregados foi a menor da série histórica, que começou em 2011. Assim
como a produção, o número de empregados também costuma cair no mês de
dezembro, de acordo com a confederação. A pesquisa também mostra que houve queda nos estoques, dentro do que foi planejado pelas empresas.
O
índice que mede a satisfação financeira dos empresários com o
desempenho de suas indústrias continua desfavorável, mas em trajetória
de melhora. No fim de 2015, o indicador estava em 38,8 pontos, em uma
escala em que apenas valores acima de 50 pontos indicam satisfação. No
quarto trimestre de 2017, o índice chegou a 47,3 pontos. A
insatisfação em relação ao lucro operacional também diminuiu neste mesmo
período, de 33,2 pontos para 42,8 pontos, se for levado em conta que,
quanto menor o indicador, pior é a percepção sobre o cenário.
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