O ano de 2024 prometia ser do anúncio do regresso da sazonalidade clássica no mercado de carga aérea, à medida que as companhias aéreas continuassem a restaurar a capacidade em todos os horários de serviço de passageiros, juntamente com a recuperação da procura. De acordo com Xeneta, isto fez com que os expedidores se inclinassem cada vez mais para contratos de longo prazo, em vez de dependerem do mercado spot. Depois veio a escalada da crise do Mar Vermelho em meados de dezembro, que está a começar a afetar os volumes de carga aérea em rotas como o Vietname para a Europa.
Mas poderá a combinação da crise do Mar Vermelho e do próximo Ano Novo Lunar afetar o mercado além da Ásia para as rotas da Europa? Na semana que terminou em 28 de janeiro, o preço spot médio da carga aérea do Nordeste Asiático para a América do Norte foi de 3,58 dólares por quilograma, uma queda significativa de 27% em relação ao seu pico no início de dezembro, devido à diminuição da procura. (Nordeste Asiático refere-se à China continental, Hong Kong, Japão, Coreia do Sul e Taiwan).
Vale ressaltar que, com exceção do início de dezembro, as taxas à vista (válidas por até um mês) permaneceram em sua maioria abaixo das taxas sazonais (válidas por mais de um mês) ao longo de 2023 até janeiro deste ano. A ausência de um aumento nas taxas spot ou sazonais para o mercado do Nordeste Asiático para a América do Norte em Janeiro sugere que o Ano Novo Lunar ou a crise do Mar Vermelho não desencadearam uma corrida de carga nesta rota.
Isto contrasta com o corredor entre o Nordeste da Ásia e a Europa, onde a taxa à vista na semana que terminou em 28 de janeiro aumentou 7% em comparação com as três semanas anteriores. Mercado spot ou não? Se olharmos para a estratégia contratual dos embarcadores, a proporção de volumes de carga com taxas do mercado spot diminuiu desde o último trimestre de 2023. Esta queda provavelmente se deve à previsão de fraca demanda geral por carga aérea, uma vez que as taxas spot permanecem principalmente abaixo das taxas sazonais.
Para garantir os volumes, as companhias aéreas concordaram em definir tarifas superiores a um mês com os embarcadores para o final do ano. Mas então veio o aumento inesperado na procura do comércio eletrónico na época de férias do quarto trimestre, e alguns compradores de carga bloquearam volumes durante mais de um mês para garantir espaço nos últimos meses do ano. Na semana que terminou em 28 de janeiro, a quota spot nesta rota caiu notavelmente 12 pontos percentuais desde o início de setembro de 2023, para 43%.
Olhando para o futuro É pouco provável que os expedidores modifiquem a sua abordagem actual e continuem a adquirir uma parte significativa dos volumes no mercado spot no curto prazo. Dado que a crise do Mar Vermelho não desencadeou uma inundação de carga nas rotas transpacíficas, a procura deverá permanecer moderada, especialmente com os retalhistas e grossistas a tentarem evitar o aumento dos níveis de inventário e uma repetição do excesso de stock no início de 2023. As tarifas de carga aérea poderão ficar ainda mais pressionadas devido à contínua recuperação da capacidade de armazenamento nesta rota. Nos termos do acordo de Outubro de 2023 entre os governos dos EUA e da China, os serviços estão a menos de 20% dos níveis pré-pandemia, deixando bastante espaço para aumentos adicionais.
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