As exportações de calçados
seguem em ritmo de recuperação, com volume de pares embarcados praticamente
igual ao do mesmo período de 2019. Dados elaborados pela Associação Brasileira
das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que, em agosto, foram exportados
9,3 milhões de pares, que geraram US$ 78 milhões, altas de 28,2% em volume e de
34,9% em receita no comparativo com igual mês do ano passado. Com o resultado,
no acumulado de janeiro a agosto, as fábricas de calçados somaram o embarque de
75,2 milhões de pares, que geraram US$ 541,34 milhões, incrementos de 33,4% em
volume e de 23,9% em receita na relação com o mesmo período de 2020. No
comparativo com janeiro e agosto de 2019, em pares a queda é de apenas 0,2%,
enquanto em receita a queda chega a 16,7% - o que é explicado pela variação
cambial no período, já que os calçadistas comercializam calçados com preços
médios menores.
O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que existe um
processo de recuperação do mercado internacional puxado pelos Estados Unidos,
principal destino do calçado brasileiro no exterior. “As importações de
calçados brasileiros pelos Estados Unidos já estão 14% superiores aos níveis
pré-pandemia. Há seis meses consecutivos os pares exportados para lá registram
incremento ante 2019”, comemora. Por outro lado, ressalta que em alguns países
da Europa, especialmente na França, terceiro destino internacional do calçado
verde-amarelo, estão diminuindo suas importações devido à nova onda de
Covid-19. “Então, o quadro ainda é nebuloso para se falar em recuperação total
ante as perdas de 2020. A demanda precisa persistir”, comenta o executivo.
O principal destino do calçado brasileiro no exterior segue sendo os Estados
Unidos. Entre janeiro e agosto, foram embarcados para lá 9,13 milhões de pares
por US$ 133,44 milhões, incrementos de 55% em volume e de 40% em receita no
comparativo com igual período do ano passado.
O segundo destino do calçado brasileiro no período de janeiro a agosto foi a
Argentina, para onde foram enviados 7,76 milhões de pares por US$ 69,23
milhões, altas de 84,4% em volume e de 59,8% em receita na relação com igual
ínterim de 2020.
Completando o pódio dos três primeiros destinos, nos oito meses a França
comprou 4,38 milhões de pares por US$ 39,23 milhões, incrementos de 2,7% em
ambos os casos ante igual período do ano passado.O principal exportador brasileiro de calçados em 2021 é o Rio Grande do Sul.
Entre janeiro e agosto, as fábricas gaúchas embarcaram 19,41 milhões de pares
que geraram US$ 239,87 milhões, altas de 41,6% em volume e de 22,1% em receita
no comparativo com igual período do ano passado. No período, as exportações
gaúchas responderam por mais de 44% da receita gerada pelos embarques em todo o
Brasil.
O segundo exportador do período foi o Ceará. Entre janeiro e agosto, partiram
do Estado 22,56 milhões de pares, que geraram US$ 127,25 milhões, altas de
23,6% e 17,6%, respectivamente, ante intervalo correspondente de 2020.
O terceiro exportador de 2021 foi São Paulo. Nos oito meses, os calçadistas
paulistas embarcaram 5,47 milhões de pares, pelos quais receberam US$ 57,94
milhões, incrementos de 28,6% em volume e de 29,8% em receita ante igual
período do ano passado.
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