A APM Terminals, subsidiária da Maersk, aumentará em 60% a capacidade de transporte de contêineres do porto de Suape, em Ipojuca (Pernambuco), com investimento de US$ 275 milhões em um novo terminal. Esta será a quarta presença portuária da APM no Brasil, além das operações em Santos (São Paulo), Pecém (Ceará) e Itapoá (Santa Catarina), e a primeira em que o grupo terá 100% de participação.
Leo Huisman, CEO da APM Terminals para a região das Américas, disse que o aumento da capacidade em Suape deverá beneficiar imediatamente as importações do setor têxtil da Ásia, reduzindo os custos logísticos e melhorando a competitividade dos exportadores regionais. Especificamente, o novo terminal portuário terá capacidade para 400 mil TEUs e como foco atender o mercado local e atuar como centro de distribuição de cargas de e para o Nordeste e Norte do Brasil.
Outra característica importanate é que o projeto, totalmente financiado pela controladora da Maersk, será 100% eletrificado, sendo o primeiro terminal do tipo na América Latina. A empresa já investiu inclusive 41 milhões de dólares em 28 equipamentos eletrificados. Da mesma forma, contará com tecnologia e processos de última geração, como operações com controle remoto e portas de acesso programadas com alto nível de automação.
Ricardo Rocha, presidente da Maersk para a Costa Leste da América do Sul, destacou que o novo terminal se alinha ao objetivo da empresa de alcançar a neutralidade de carbono até 2040. Ao mesmo tempo, o canal externo de Suape já foi dragado para 20 metros, enquanto o canal interno deverá atingir 16,2 metros dentro de seis meses, apoiado por um investimento de 56 milhões de dólares que inclui a recuperação do cais.
O financiamento para a dragagem vem do governo do estado de Pernambuco e do governo federal, no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC3). A dragagem em Suape também melhorará as operações nos terminais de granéis líquidos, facilitando a saída da Refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, cuja construção foi retomada no início deste ano.
Após completar uma fase de demolição de 222 dias, a APM irá agora selecionar as empresas que irão construir o cais, pátio e edifícios. A APM Terminals opera atualmente com capacidade total no Brasil e “precisaremos dobrar nossa capacidade nos próximos cinco a dez anos”, disse Huisman. Além disso, por outro lado, destacou que o crescimento económico de 3% esperado para o Brasil este ano foi uma surpresa positiva e contribuiu para um aumento de 22% nas importações e de 16% nas exportações.
À escala nacional, a infra-estrutura terminal do país está se aproximando do seu limite. O terminal de Suape, que deverá gerar 300 empregos diretos e 2 mil indiretos, é um dos três projetos globais que a empresa tem em andamento, ao lado dos de Rijeka (Croácia) e do Vietnã. Huisman destacou a importância de investir antes da demanda para o crescimento futuro: “Ampliaremos as janelas de atracação para nossos clientes, permitindo-lhes introduzir novos serviços que conectem Pernambuco a múltiplos portos globais”, afirmou. O novo terminal da APM será o segundo terminal de contêineres de Suape e se juntará ao já existente, operado pelo ICTSI.
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