quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Autoridade Portuária do Peru espera concluir projeto Callao Anteport em 2025

Após as comemorações da inauguração do Porto de Chancay, a Autoridade Portuária Nacional (APN) do Peru espera concluir o projeto Callao Anteport em 2025. O anúncio foi feito por Juan Carlos Paz, presidente da entidade. O principal objetivo deste investimento de até 100 milhões de dólares será reduzir o congestionamento que afeta o porto e é causado por veículos de transporte público e privado e mais de 3.000 caminhões de carga.

Segundo o executivo, o pré-porto de Callao “funcionaria como um amortecedor para esse fluxo, pois os caminhões chegarão diretamente ao pré-porto e poderão entrar nos dois terminais de Callao com sistema de turnos, reduzindo a possibilidade de congestionamento nas estradas." A infraestrutura está prevista com capacidade para acomodar 729 caminhões em um espaço de 12 quilômetros.

A expectativa é que o projeto reduza o atraso que cada caminhão enfrenta para entrar no porto, processo que atualmente pode levar até 12 horas. Conforme Paz, atualmente, a falta dessa infraestrutura faz com que centenas de caminhões ocupem as principais ruas de Callao, afetando o trânsito. Cabe ressaltar que o porto de Callao movimenta anualmente um volume de 2,7 milhões de TEUs, o que mostra a magnitude do problema.

Além disso, segundo estudo do Ministério do Comércio Exterior e Turismo, os caminhões enfrentam diariamente crimes ligados ao tráfico de drogas e roubo de contêineres, gerando custos adicionais de até US$ 500 por contêiner. Esse valor sobe para US$ 1.000 se for um exportador ou importador menor.

Quanto ao investimento necessário, as estimativas variam entre 40 milhões e 100 milhões de dólares. Porém, para Paz, o mais relevante é o impacto positivo que a nova infraestrutura geraria: “O pré-porto terá rota exclusiva para caminhões entre o pré-porto e Callao, -reduzindo a zero o congestionamento derivado da interação entre caminhões e outros veículos.

Embora ainda não haja um prazo definido para a conclusão do projeto, Paz destaca que o seu andamento depende de uma decisão conjunta entre a APN, o Ministério dos Transportes e Comunicações e a Proinversión. “Gostaríamos que o assunto fosse abordado no próximo ano para podermos dizer: 'vai ter um porto de frente'”, salienta, embora esclareça que está atualmente em fase de planeamento.

Para que o projeto tenha sinal verde, está prevista a promulgação da regulamentação da Lei nº 32.048, que permitirá à concessionária investir além de sua área de concessão, a fim de proporcionar melhorias para a conectividade do porto e aumentar sua competitividade. Com esta aprovação, tanto a DP World quanto a APM Terminals poderão iniciar a construção do Callao Anteport.

Hoje a decisão está nas mãos do Governo, no Ministério dos Transportes e Comunicações, entidade que deve preparar o regulamento sob proposta da APN. Matarani e o aumento da demanda por cobre Outra prioridade da APN é a avaliação de uma importante extensão na concessão do Porto de Matarani, no sul do Peru, que é operado pela Tisur.

Segundo Paz, a concessão atual, iniciada em 1999, expirará em 2029, mas existe a possibilidade de prorrogação por mais 30 anos até 2059. Esta prorrogação requer uma proposta alinhada com o novo plano diretor aprovado. “Queremos reforçar os aspectos de carga mineral, descarga geral e também contêineres com visão de longo prazo”, destaca o executivo, que supervisiona o processo de avaliação das propostas da Tisur.

O plano contempla um investimento total de US$ 420,62 milhões e é impulsionado principalmente pelo desenvolvimento de importantes projetos de mineração na região sul, incluindo: Antapaccay, Constancia, Inmaculada, Expansão Cerro Verde, Las Bambas, Tambomayo, Expansão Horcona, Expansão de Toquepala, Quellaveco e São Gabriel. A estes acresce o projeto de irrigação Majes Siguas II e a futura exploração de Zafranal.

Matarani movimenta mais de 6,5 milhões de toneladas de minério por ano nas exportações, principalmente cobre. “O que estes mineiros manuseiam no sul é sobretudo cobre”, afirma Paz, que antecipa um aumento sustentado da procura, especialmente tendo em conta a transição energética global e a necessidade crescente deste mineral.

Segundo Paz, até ao momento em 2024, o investimento acumulado em oito concessões é superior a 2,2 mil milhões de dólares, evidenciado no desenvolvimento de portos como Callao, Paracas e Paita. Os oito também mantêm compromissos de investimento de mais 3.447 milhões de dólares. Os prazos variam consoante cada projeto, desde o mais antigo em 1999 (Tisur) até ao mais recente em 2018 (Salaverry).

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