terça-feira, 18 de novembro de 2014

Prisão de dirigentes da Iesa na Operação Lava-jato pode ser a pá de cal no polo naval do Jacuí

A prisão de executivos do primeiro escalão da Iesa na Operação Lava-jato da Polícia Federal, mais a crise financeira que forçou a controladora da empresa gaúcha, a paranaense Inepar, a entrar com pedido de recuperação judicial, aumentou o receio de calote em companhias do Rio Grande do Sul fornecedoras da Iesa no Polo Naval do Jacuí. Alguns credores acreditam que o mais provável é o fechamento do estaleiro de Charqueadas (RS), principal unidade do complexo, já que não há expectativa de encontrar parceiro para assumir o contrato de fornecimento de módulos de plataformas para a Petrobras, no valor total de US$ 800 milhões, porque não há garantia de que o sócio vá ver a cor do dinheiro. Na cidade, às margens do rio Jacuí, a cerca de 60 quilômetros de Porto Alegre, o clima é de desalento. Empreendedores, como donos de hoteis, restaurantes, lojas de confecções e outros estabelecimentos, que contraíram empréstimos apostando no desenvolvimento do município, não sabem como saldar os compromissos. O calote atinge inclusive a agência estadual de fomento, o Badesul, que emprestou aproximadamente R$ 50 milhões para projetos que seriam instalados na região em função da até então festejada chegada da indústria naval. Imagem da bela Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, em Charqueadas, talvez um dos últimos lugares onde os moradores do pequeno município possam ir pedir uma solução para desatar o nó do polo naval local. Do jeito que está, parece que  só rezando, e muito.

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