A
utilização de ferrovias para movimentação de cargas no Porto de Paranaguá
aumentou 21% nos últimos seis anos e 2018 já registra a maior quantidade de
produtos transportados por trens, no acumulado de janeiro a maio, no cais
paranaense. Nos primeiros seis meses deste ano, foram 4.876.620 toneladas
movimentadas sob trilhos e a expectativa é que a participação do modal seja
cada vez maior.
No mês de maio o desembarque por trem
registrou recordes históricos: foram descarregadas no Porto de Paranaguá
1,014 milhão de toneladas de produtos via ferrovia, o que representa 28,1% da
movimentação total. O número representa a melhor marca registrada desde janeiro
de 2011. Já no mês de junho, chegaram até Paranaguá por trem 1.012.224 de
toneladas de produtos.
Entre os principais produtos
movimentados em Paranaguá que são transportados via férrea, destaca-se o açúcar
(40%), soja (23%), milho (11%), contêineres (9%), além de farelos (7%),
derivados de petróleo (6%) e fertilizantes (3%), entre outros
O diretor-presidente da Appa,
Lourenço Fregonese, explica que a integração entre porto e ferrovia é
fundamental para garantir a competitividade aos clientes do Porto de Paranaguá,
bem como maior eficiência nas operações “Os trens oferecem regularidade no
fluxo operacional e segurança no transporte”, destaca.
Para que se tenha uma ideia dos
impactos positivos do modal ferroviário, um vagão consegue transportar 45
toneladas de produtos, ou seja, 5 toneladas a mais do que o modal rodoviário.
Além disso, são necessários 1.500 vagões para carregar um navio. Já o número de
caminhões para carregar a mesma quantidade é de 1.800 veículos.
O Grupo Interalli, responsável pela
unidade da Companhia Brasileira de Logística (CBL), apostou no modal
ferroviário para a movimentação de líquidos. O novo terminal da CBL, que
iniciou suas operações no mês de junho e é considerado o terminal de líquidos
mais automatizado do país, conta com quatro plataformas rodoferroviárias e um
sistema capaz de operar 32 vagões simultaneamente.
“Hoje temos uma das maiores capacidades
para movimentação ferroviária de Paranaguá. Ao todo, são 16 pontos de operação
que, juntos, possibilitam o recebimento e expedição de 960 metros cúbicos de
produto por hora”, conta Fabrício Slavieiro Fumagalli, diretor da CBL.
O Terminal de Contêineres de
Paranaguá (TCP) é líder no mercado brasileiro no modal: todos os meses, 6 mil
contêineres chegam pela ferrovia. O terminal é o único do país com conexão
ferroviária direta e 15% de toda carga movimentada chega por trilhos.
A razão para a escolha considera que,
em Paranaguá, o trem consegue encostar muito próximo dos navios e também da
área retroportuária, onde os produtos são armazenados e estocados.
O diretor comercial da TCP, Alexandre
Rúbio, ressalta que - mesmo para clientes com base fora do Paraná - a operação
logística por meio da ferrovia é a melhor opção, pois na soma dos custos
logísticos com o transporte da carga, o valor pode ficar de 10% a 20% menor
pela ferrovia.
“Outra vantagem é que o modal não
sofre variação de preço, ao contrário do modal rodoviário que tem o valor do
frete alterado de acordo com a quantidade de produto que está sendo
comercializado no país. Em época de safra, por exemplo, existe escassez de
caminhão para o transporte da carga já que as transportadoras optam por
encaminhar seus veículos para as regiões onde as produções são maiores. Isso
torna o modal mais caro”, diz.
A Klabin, maior produtora e
exportadora de papéis do Brasil, também aposta no modal e construiu um ramal
ferroviário de 23,5 km para conectar a fábrica de celulose em Ortigueira, no
Norte do Estado, até a linha principal que escoa o produto em Paranaguá. A
estimativa é que trecho consegue evitar o tráfego excedente de 120 caminhões
por dia nas estradas da região. Além do novo ramal, a empresa investiu em 306
vagões e sete locomotivas próprias.
Para a descarga de grãos via
ferrovia, o Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá e o Silo Público
contam com duas moegas - equipamentos para recepção e destinação dos produtos.
De acordo com o diretor de Operações
da Appa, Luiz Teixeira Júnior, a capacidade do Porto é para descarga férrea de
32 milhões de toneladas/ano, o que equivale a 1785 vagões por dia ou 89.250
toneladas/dia. “Atualmente Paranaguá conta com 70 quilômetros de linhas
férreas, sendo 7,5 quilômetros instalados no Corredor de Exportação do Porto”,
informa Teixeira.
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