Experimentando
uma retomada na atividade em 2021, o setor calçadista prevê crescimento médio
de 12,2% em 2021 e de 2,6% em 2022. O dado foi apresentado em evento realizado
pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) no último
dia 6 de outubro. O Análise de Cenários, ocorrido no formato digital, contou
com apresentações da coordenadora de Inteligência de Mercado da Abicalçados,
Priscila Linck, e do doutor em economia e consultor setorial Marcos
Lélis.
O encontro iniciou com uma apresentação do cenário atual da economia
brasileira, que segundo Lélis, deve crescer 5,04% em 2021 e 1,57% em 2022,
projeções que estão sendo constantemente revisadas. No cenário internacional
existem algumas dúvidas que deixam a economia brasileira em compasso de espera.
As duas principais são o aumento da inflação nos Estados Unidos, que deve fazer
com que o País eleve sua taxa de juros, e o desaquecimento da economia chinesa,
evidenciada nas dificuldades da Evergrande. “O aumento da taxa de juros nos
Estados Unidos irá diminuir a liquidez no mercado mundial, tendo impacto
considerável no câmbio e na inflação brasileira, que já está alta”, disse,
ressaltando que analistas já projetam inflação de dois dígitos até o final do
ano.
Lélis destacou, ainda, que o Brasil ainda não recuperou os empregos perdidos
durante a pandemia do novo coronavírus. O fato, segundo ele, reflete na
queda da confiança dos consumidores, que tem impacto direto no consumo
doméstico, justamente onde são comercializados mais de 85% dos calçados
produzidos no País.
A segunda parte do evento foi dedicada à apresentação dos dados para o setor
calçadista brasileiro. Segundo Priscila, no segundo semestre as taxas de crescimento
do setor devem desacelerar diante da base mais consolidada do mesmo período do
ano passado, quando a atividade já dava sinais de retomada. Não quer
dizer que o setor não vá crescer em 2021. A projeção da Inteligência de Mercado
da Abicalçados é de um crescimento médio de 12,2%, chegando a uma produção
total de 857 milhões de pares, quase 100 milhões a mais do que no ano passado.
Mesmo com o resultado, Priscila ressalta que o setor deve seguir abaixo do
nível pré-pandemia, em 2019, em cerca de 8%. Entre janeiro e agosto, dado mais
recente, o setor produziu 512 milhões de pares, 26% mais do que no mesmo
período do ano passado e 15,5% menos do que no período correspondente de
2019.
De acordo com a coordenadora, o crescimento do setor no Brasil está menos
intenso do que o dos principais produtores de calçados do mundo. Na China,
principal produtor mundial do setor, a atividade no primeiro semestre de 2021
está apenas 7% abaixo dos níveis pré pandemia, em 2019. Na Índia, segundo
produtor mundial, a atividade está 15% abaixo de 2019, no Vietnã (3º produtor)
ela já está 11% acima e na Indonésia (4º produtor) 14% abaixo. Atualmente, o
Brasil é o quinto produtor mundial do setor.
As exportações de calçados devem ser o motor do crescimento do setor em 2021.
Entre janeiro e setembro, foram embarcados 86,2 milhões de pares, que geraram
US$ 618,5 milhões, incrementos de 33,7% em volume e de 26,3% em receita no
comparativo com igual período do ano passado. Para o ano, a previsão é de um
crescimento 25%, em pares, na relação com 2020. Confirmado o resultado, o setor
exportador deve recuperar os níveis pré pandemia, encerrando o ano com 118
milhões de pares embarcados. O otimismo na área é explicado pela retomada das
importações de calçados de alguns dos principais mercados internacionais para o
calçado verde-amarelo, com destaque para os Estados Unidos e França.
sexta-feira, 8 de outubro de 2021
Calçadistas esperam crescimento de 2,6% em 2022 embalado pelo incremento das exportações
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