A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) divulgou dados que sinalizam a retomada nas exportações de calçados. No mês de março foram embarcados 12,3 milhões de pares, que geraram US$ 70,84 milhões, alta de 38,5% em volume e queda de 4,5% em receita no comparativo com o mesmo mês do ano passado. Já no comparativo com fevereiro, as altas aconteceram tanto em volume (+23,3%) quanto em dólares (+15%).
No
trimestre, as exportações somaram 32 milhões de pares, pelos quais foram pagos
US$ 193,36 milhões, incremento de 0,1% em volume e queda de 19,6% em receita no
comparativo com igual ínterim do ano passado. As discrepâncias entre
percentuais de volume e receita se dão pela valorização do dólar ante a moeda
brasileira, que oportuniza a formação de preços mais atrativos no mercado
internacional, diminuindo o preço médio do calçado exportado.
O presidente-executivo
da Abicalçados, Haroldo Ferreira, ressalta que o dado sinaliza uma
“normalização” no mercado internacional, que acontece na medida do avanço da
vacinação em massa, principalmente nos Estados Unidos. “A expectativa, diante
de uma base muito ruim do ano passado, é de que neste ano alcancemos um
crescimento de cerca de 13% nas exportações, em volume”, projeta o dirigente,
ressaltando que, no entanto, os registros ainda devem ficar aquém dos níveis
pré-crise, em 2019.
No primeiro trimestre
do ano, o principal destino do calçado brasileiro no exterior foi os Estados
Unidos, para onde foram embarcados 3,25 milhões de pares por US$ 40,28 milhões,
alta de 14,8% em volume e queda de 15% em receita no comparativo com o mesmo
período do ano passado.
O segundo destino do
calçado verde-amarelo no período foi a Argentina. Nos três meses, os argentinos
somaram a importação de 2,2 milhões de pares brasileiros, pelos quais
foram pagos US$ 20,33 milhões, quedas tanto em volume (-7,5%) quanto em receita
(-20,7%) ante período correspondente de 2020.
O terceiro destino do
trimestre foi a França, para onde foram enviados 2,23 milhões de pares, que
geraram US$ 14,5 milhões, incremento de 1,4% em volume e queda de 3,5% em
receita no comparativo com o primeiro trimestre do ano passado.
A principal origem do
calçado exportado foi o Rio Grande do Sul. No primeiro trimestre, os
calçadistas gaúchos embarcaram 7,18 milhões de pares, pelos quais receberam US$
81,78 milhões, quedas tanto em volume (-4,2%) quanto em receita (-20,9%) ante
igual período do ano passado.
O segundo exportador
do trimestre foi o Ceará, de onde partiram 11,68 milhões de pares por US$ 55,67
milhões, quedas de 5,5% e 19,8%, respectivamente, ante intervalo correspondente
de 2020. Com quedas de 1,7% em volume e de 14,9% em
receita, São Paulo foi o terceiro exportador de calçados do trimestre, com o
embarque de 1,95 milhão de pares por US$ 20,13 milhões.
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