terça-feira, 28 de abril de 2015

Ex-ministro Bresser-Pereira prevê crescimento do PIB brasileiro entre 1% e 2% nos próximos anos

      O ex-ministro da Fazenda Luiz Carlos Bresser-Pereira previu que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve oscilar entre 1% e 2% nos próximos anos. "A taxa de crescimento sob o governo Dilma é que é o normal. Anormal foi o período Lula", afirmou, na noite deste terça-feira, 28, em referência ao níveis mais altos de crescimento da economia brasileira nos oito primeiros anos dos governos petistas em relação aos últimos quatro anos.

      Após analisar o contexto econômico nacional nos dois períodos, durante uma palestra na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), o professor emérito da Fundação Getulio Vargas (FGV) disse que os governos do PT fracassaram porque não tiveram uma política desenvolvimentista referente à taxa de câmbio. "O desenvolvimentismo do Lula foi malsucedido. Não houve crescimento e não fez coalização de classes", afirmou.

       Segundo Bresser-Pereira, o desenvolvimentismo pressupõe melhores salários para os trabalhadores, mas também lucros para os empresários, mas o ex-presidente petista não teria garantido condições favoráveis ao investimentos produtivos. Ele argumentou ainda que condições externas, como o boom de commodities, "maquiaram" a economia no período. "A política econômica do Lula era incompetente, mas ninguém percebia porque os dados eram bons e ninguém via (o que havia de errado com a economia)", explicou.

      Ex-ministro durante o governo Fernando Henrique Cardoso, Bresser-Pereira diagnosticou que para retomar o crescimento da economia, o Brasil precisa investir em infraestrutura e educação, mas também "corrigir cinco taxas". "No plano macroeconômico, o país precisa corrigir a taxa de lucro, a taxa de juros, a taxa de câmbio, a taxa de salários e a taxa de inflação para crescer", ensinou.

      Exemplificou dizendo que os países asiáticos desenvolvimentistas cresceram porque esses cinco preços estavam equilibrados. "Aí, uma política industrial em cima desse contexto funcionava", justificou. Ao se referir ao governo da presidente Dilma Roussef, o professor assinalou que, como essas taxas "não estavam no lugar", a política industrial, "caríssima", não funcionou.

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