terça-feira, 7 de maio de 2019

Exportações de calçados caem pelo segundo mês consecutivo em abril

          Refletindo a crise da Argentina e o final dos embarques da temporada de Alto Verão, as exportações de calçados caíram pelo segundo mês consecutivo. Após cair 9,4% em março, em abril o tombo da receita gerada foi ainda maior, de 17,7% na relação com o mesmo mês do ano passado. Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que no mês quatro foram embarcados 9,12 milhões de pares por US$ 76,66 milhões. Em volume a queda foi de 7,6% na mesma relação. Com o resultado, no quadrimestre, as exportações somaram 44,16 milhões de pares embarcados, que geraram US$ 343,8 milhões, incremento de 9,4% em volume e queda de 0,1% em receita no comparativo com igual período de 2018.
           O presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, avalia que o comportamento pode ser explicado, em maior parte, pelo efeito da crise na Argentina. “A crise no país vizinho, nosso segundo principal destino no exterior, vem afetando as exportações de calçados brasileiros desde o segundo semestre do ano passado. Somente em abril, a revés foi de quase 50%, o que teve um reflexo de mais de 10% de queda nos números gerais”, comenta. No quadrimestre, a Argentina importou 2,5 milhões de pares verde-amarelos por US$ 32 milhões, quedas de 33,1% e de 45,1%, respectivamente, na relação com igual ínterim do ano passado.
           Além do efeito Argentina, Klein ressalta que o fim dos embarques da temporada Alto Verão também afetaram negativamente o desempenho. “Os calçados de borracha ou injetados, as sandálias praianas, são pautas fortes das nossas exportações. Se desconsiderássemos os resultados desse segmento, as exportações totais teriam crescido 3,7%, em abril”, explica.
           Os efeitos da guerra comercial instalada entre Estados Unidos e China seguem refletindo positivamente nos embarques. Mudando, gradualmente, a matriz de fornecedores da Ásia para outros países, com receio de criação de taxas extras, os norte-americanos vêm aumentando suas importações de calçados brasileiros desde o ano passado.  No quadrimestre, foram embarcados para os Estados Unidos 4,8 milhões de pares, que geraram US$ 69,8 milhões, incremento tanto em pares (26,8%) quanto em valores (37,1%) na relação com igual período do ano passado.
          A principal origem das exportações brasileiras de calçados segue sendo o Rio Grande do Sul. No quadrimestre, os gaúchos embarcaram 10,25 milhões de pares por US$ 152,24 milhões, incremento de 7,3% em volume e queda de 1,1% em receita em relação ao mesmo período de 2018.
O segundo maior exportador do período foi o Ceará. Nos quatro meses, os cearenses embarcaram 16,88 milhões de pares, que geraram US$ 96,9 milhões, incremento tanto em volume (5,9%) quanto em receita (9,8%) no comparativo com igual intervalo do ano passado.
           Mesmo amargando queda de 4,4% na receita gerada pelos embarques no quadrimestre, São Paulo foi o quarto maior exportador do período. Nos quatro meses, os paulistas somaram 2,6 milhões de pares embarcados por US$ 35,18 milhões. Em pares, o incremento foi de 15,2% em relação a 2018,



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