Mais de 50 dias após a conclusão do
Acordo de Saída, que estabelece as condições de saída do Reino Unido da União
Europeia, o Parlamento britânico (foto) rejeitou nesta terça-feira (15) o Brexit
proposto pela primeira-ministra, Theresa May. Dos 600 parlamentares, 423
deputados reprovaram a medida e apenas 202 aprovaram a proposta.
O Parlamento debate hoje (16) uma
moção de censura ao governo apresentada pelo Partido Trabalhista. Com a
decisão, o futuro de Theresa May é considerado incerto, pois o acordo proposto
além de rejeitado pela maioria, obteve votos também de partidos que
tradicionalmente ficavam ao seu lado.
A primeira-ministra britânica
anunciou que o governo merece a confiança da Câmara dos Comuns (Parlamento),
mesmo com o resultado da votação desta terça-feira (15). "Sempre acreditei
que a melhor solução é uma saída ordenada", disse Theresa May. Porém, pela
legislação britânica, ela tem condições legais de ser mantida no cargo.
Para o deputado Jeremy Corbyn, do Partido
Trabalhista, foi a derrota mais pesada no Parlamento em 100 anos e anunciou a
moção de censura. Há um movimento no Reino Unido que defende um novo referendo
para perguntar à sociedade britânica sobre a saída da União Europeia. Em
Londres, capital do Reino Unido, muitos saíram às ruas em apoio à decisão do
Parlamento e em comemoração à rejeição do Brexit.
A expressão Brexit reúne os termos
British mais Exit, ou seja, “saída britânica”, e é utilizada para designar a
retirada do Reino Unido da União Europeia. É uma alusão ao “Grexit” que
designava o eventual abandono da Zona Euro da Grécia ou “Frexit”, a saída da
França aventada por Marine Le Pen.
A data prevista, inicialmente, para
implementar o Brexit, era a partir de 29 de março 2019 a 31 de dezembro 2020,
definindo um período de transição para o Reino Unido. Nessa fase, o Reino Unido
estaria obrigado a cumprir todas as regras da União Europeia, mas perderia a
sua participação nas instituições e a sede de várias agências terá de ser
deslocada para outros países.
A decisão determina a relocalização
da Agência Europeia do Medicamento de Londres para a Amsterdã, na Holanda,
reunindo cerca de 900 funcionários, da Autoridade Bancária Europeia para Paris
e a saída dos 73 eurodeputados britânicos do Parlamento Europeu. Nos termos do
acordo técnico, o período de transição pode ser prolongado, mas apenas por uma
vez e por um ou dois anos, no máximo, até ao final de 2022. O prolongamento tem
de ficar decidido pelas partes até 1º de julho de 2020.
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