O Governo
Federal, ao contrário do que se esperava, não encaminhou nesta terça-feira, 22,
os nomes dos novos executivos da Companhia Docas do Estado de São Paulo
(Codesp) ao Conselho de Administração (Consad) da empresa. Por isso, o futuro
diretor-presidente não foi empossado, bem como outros dois diretores da
Autoridade Portuária.
A reunião do Consad começou na manhã
de segunda-feira (21) e seguiu até o final da tarde. Conforme adiantado pelo
presidente do órgão, Ogarito Linhares, entre outros assuntos, estava prevista a
aprovação de três nomes. Um deles era o do engenheiro Casemiro Tércio Carvalho,
indicado pelo Ministério da Infraestrutura para o cargo de diretor-presidente
da Docas.
De acordo com a pasta que comanda os
portos brasileiros, o nome do executivo já foi aprovado pelo Comitê de
Elegibilidade da Casa Civil, como determina a legislação. Porém, não houve o
envio desse aval formalmente ao Consad. “A gente precisa de uma
comunicação do Governo Federal com os nomes. Não temos notícia e precisamos
aguardar. Enquanto isso, deliberamos sobre outros assuntos, uma longa pauta”,
disse o presidente do Consad.
A falta de uma definição pegou
funcionários da Autoridade Portuária de surpresa e gerou muitos comentários
pelos corredores da empresa. Isto porque, na semana passada, Carvalho esteve na
sede da Codesp em reuniões com representantes da Diretoria Financeira e também
da Presidência da empresa.
O executivo chegou a pedir relatórios
e apresentações de todos as gerências e superintendências da empresa. Entre
esses pedidos, estavam apresentações sobre a situação atual de cada
departamento e a relação de problemas e possíveis soluções das áreas.
Também foram solicitadas listas de
contratos firmados pela Docas, assim como informações sobre os responsáveis
pelas áreas. Agora, o temor é de que o executivo não seja empossado e tenha
tido acesso a dados sigilosos da empresa.
Além da confirmação do nome de
Carvalho na Presidência da Codesp, havia a expectativa da posse de dois novos
diretores. Entre eles, uma mulher, que será a primeira a ser responsável por um
departamento deste porte no Porto de Santos.
Diante da ausência da definição,
aguardada para a última segunda-feira (21), a Docas conta hoje com apenas três
diretores. O responsável pela Engenharia é Hilário Gurjão. O diretor de
Relações com o Mercado e Comunidade é José Alfredo de Albuquerque, enquanto a
área de Operações Logísticas está sob o comando de Carlos Henrique de Oliveira
Poço.
A presidência e a diretoria de
Administração e Finanças também estão vagas, reflexo da Operação Tritão da
Polícia Federal, que apura suspeitas de irregularidades em licitações. A PF
prendeu temporariamente o ex-presidente José Alex Oliva. Já a área financeira
está sem comando após o ex-diretor Francisco José Adriano renunciar ao cargo e
se afastar da empresa durante as investigações.
O contador Eugenio Carvalho,
funcionário de carreira da Docas há 45 anos, havia sido indicado para a área de
Finanças. Porém, não há confirmação da aprovação de seu nome pelo Comitê de
Elegibilidade da Casa Civil. Procurado, o Ministério da Infraestrutura
confirmou a escolha de Casemiro Tércio para dirigir a Docas. Em nota, informou
que “não há alteração no plano. Os nomes já estão referendados pelo ministro.
Estão sendo apenas ultimados os trâmites formais que precedem a indicação, o
que deve ocorrer em breve”.
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