A
economia da Argentina deve voltar a crescer no primeiro ou no segundo trimestre
do próximo ano, afirmou nesta quarta-feira (10) o ministro da Produção do país
vizinho, Dante Sica. A declaração foi feita em Brasília (DF), onde ele
participou de reuniões com autoridades e empresários brasileiros.
Segundo o ministro, a crise cambial
na Argentina deve-se tanto a turbulências na economia internacional como a
problemas herdados do governo anterior. “A Argentina está atravessando uma
crise cambial, produto de fatores externos, como guerra comercial entre China e
Estados Unidos, além dos problemas na Turquia, e também temas internos, como
corrupção do governo anterior”, afirmou Sica, na sede da Confederação Nacional
da Indústria (CNI).
Em relação às eleições no Brasil, o
ministro disse que o governo argentino acompanha, com atenção, os
desdobramentos do processo eleitoral. Segundo ele, a ausência de violência no
último domingo mostra que a votação foi bem-sucedida. Ele disse que o país
vizinho está esperando uma definição em torno da equipe econômica dos
candidatos para conhecer as propostas sobre o tema, mas descartou maiores
preocupações.
“Queremos escutá-los e saber para
onde pode ir a futura política econômica. Não estamos preocupados. Seguimos com
atenção. Quando o Brasil vai bem, a Argentina vai bem.” De acordo com o
ministro, um ponto de crescimento no Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens
e serviços produzidos) no Brasil significa 0,25 ponto percentual no crescimento
do PIB argentino, o terceiro maior parceiro comercial do país, depois de China
e Estados Unidos.
Também presente no encontro, o
ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge, disse que os
dois ministros discutiram a harmonização da regulação do comércio automotivo
entre Brasil e Argentina e abordaram a facilitação do comércio bilateral de
outros produtos. Os dois também abordaram a redução de diferenças entre os
sistemas de registro de operações de comércio exterior, de modo a aumentar a
convergência entre eles.
De acordo com Marcos Jorge, uma queda
de um ponto percentual no PIB argentino significa a redução de 4,4% das
exportações brasileiras para o país vizinho. Parte desse impacto, no entanto, é
absorvida porque algumas mercadorias conseguem ser redirecionadas para outros
países.
As estatísticas do Ministério da
Indústria, Comércio Exterior e Serviços indicam que a desvalorização do peso
argentino encolheu o superávit comercial do Brasil com a Argentina. De janeiro
a setembro deste ano, o Brasil exportou US$ 4,087 bilhões a mais do que
importou do país vizinho, contra saldo positivo de US$ 5,883 bilhões no mesmo
período do ano passado. (imagem do Centro Financeiro de Buenos Aires)
Nenhum comentário:
Postar um comentário