O porto de Rio Grande (RS) está ampliando suas ações para se
tornar o principal escoadouro da produção agrícola gaúcha. No ano passado, o complexo movimentou 34 milhões de toneladas. Apenas com a
soja foram quase 11 milhões. Para o ano de 2015, mesmo com as
dificuldades da economia brasileira, as projeções são de que a safra
gaúcha de soja seja de mais de 14 milhões de toneladas. “Isso vai
impactar diretamente em um aumento de exportação pelo porto”, confia
Janir Branco, superintendente do Porto do Rio Grande.
No
primeiro bimestre deste ano, o complexo portuário gaúcho registrou um
aumento na movimentação total de cargas de 8,65% quando comparado ao ano
2014. O número representa um acréscimo de 303.485 toneladas. Segundo
Branco, isso justifica as iniciativas visando a modernização do Porto.
Na parte pública do complexo portuário, por exemplo, informa ele, está
em andamento a modernização de 1.125 metros de cais, com o objetivo de
proporcionar mais segurança para a operação e permitir a atracação de
navios mais modernos. A obra deve consumir recursos em torno de R$ 100
milhões, oriundos da Secretaria Especial de Portos.
Além disso,
foram realizadas reformas em um dos armazéns para garantir que o porto
possa movimentar a celulose que está em franco crescimento no Estado,
por meio dos projetos de ampliação da Celulose Rio-Grandense. Desde 2012
a empresa desenvolve esforços para aumentar sua operação no Rio Grande
do Sul. Foram investidos R$ 5 bilhões em três grandes áreas: industrial,
florestal e infraestrutura. A ampliação irá triplicar a capacidade de
produção da unidade de Guaíba, que passará a ser de 1,7 milhão de
toneladas por ano. A ideia é movimentar cerca de 1,5 milhão de
toneladas de celulose no porto rio-grandino.
Também está em fase
de licitação a obra de dragagem prevista no plano de modernização da
Secretaria de Portos, com investimento de aproximadamente R$ 370
milhões. “Isso, sem dúvida, irá garantir a competitividade do Porto do
Rio Grande com os principais portos do mundo”, assegura Branco. A
partir dessa dragagem de manutenção poderão ser homologados os novos
valores de profundidade e calado de toda a extensão portuária. Com isso,
navios de maior porte poderão atracar em Rio Grande. “Também vai
significar redução de custos e maior movimentação de produtos”, afirma.
No
superporto, que reúne os terminais privados, estão sendo executados
outros investimentos para garantir uma operação ágil e eficaz, de acordo
com Branco. O Terminal de Contêineres (Tecon) Rio Grande, por exemplo,
pretende investir US$ 40 milhões em obras de infraestrutura,
principalmente, na compra de novos equipamentos de cais e pátio. Segundo
Paulo Bertinetti, diretor-presidente do Tecon Rio Grande, entre as
aquisições, estarão três guindastes STS (Ship to Shore Container Crane) e
oito RTGs (Rubber Tyre Gantry Crane - guindaste de pórtico sobre
pneus), que serão entregues em 2016.
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