Oito cooperativas de pequenos agricultores e duas empresas
brasileiras participam da maior feira de produtos orgânicos do planeta –
a Biofach 2020. A feira é em Nuremberg, na Alemanha, e acontece entre os dias
12 e 15 de fevereiro.
O Brasil está levando frutos típicos beneficiados
e produtos processados da lavoura e do extrativismo como cacau em
amêndoas, café orgânico, extratos e polpas de açaí, acerola em pó,
caroço de bacuri, fruta seca de cupuaçu e de jambo, geleia orgânica de
umbu, guaraná em pó, mel em bisnaga, além de cachaça e cerveja do tipo
saison.
Metade dos expositores brasileiros que vão à Alemanha são da Região
Norte (quatro do Pará e um de Rondônia), dois são de Minas Gerais, um da
Bahia, um do Piauí e um do Rio Grande do Sul.
Os expositores foram escolhidos entre 18 inscritos após edital
publicado pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa)
e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos
(ApexBrasil).
A feira pode abrir portas para produtos com valor agregado e maior de
apelo social. “O mercado [internacional] demanda produtos
diferenciados. Alguns nichos valorizam muito produtos com determinadas
certificações”, assinala o secretario de Agricultura Familiar e
Cooperativismo do Mapa Fernando Henrique Kohlmann Schwanke.
Segundo ele, a produção orgânica é “uma vertente importante para a
agricultura familiar e pequenos agricultores, que acabam em pequena
produção agregando bastante valor dos seus produtos através da garantia
dessas certificações para o consumidor“.
A agricultura orgânica não utiliza agrotóxicos e nem outros insumos
químicos, produtos que podem favorecer o controle de pragas e aumentar a
produtividade. A ausência desses componentes é diferencial para alguns
consumidores, explica Schwanke. “Tem demanda de mercado por orgânicos
que remunera melhor esses produtos. Muitas vezes a produtividade [mais
baixa] acaba se compensando pelo preço pago lá na ponta.”
Sete de cada dez trabalhadores agrícolas no Brasil são empregados
pela agricultura familiar, um total de 4,5 milhões de famílias
campesinas. A produção é especializada em hortifrutigranjeiros.
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