À frente
da Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência (Secis)
desde 2014, o dirigente nacional do Partido Verde, André Fraga, tem uma
promessa ainda não cumprida: a entrega do plano costeiro de Salvador. Sua nova
meta é concluí-lo ainda no primeiro semestre deste ano, mas alguns pontos
"polêmicos" continuam em discussão interna na pasta, como é o caso do
Porto de Salvador. O secretário defende que ele seja completamente desativado.
"A ideia que nós temos é transformar
a região portuária da cidade em um espaço, pelo menos um pedaço da região
portuária, em um espaço mais integrado à cidade. O porto, de certa forma,
impede o diálogo da cidade com a Baía de Todos-os-Santos ali naquela
região", critica Fraga, acrescentando que o espaço destoa dos demais
empreendimentos no entorno, que serão ou já foram reformados, como a Praça
Cairu, o Museu da Música, o hub e outras obras.
Quanto às demissões em massa que
devem ocorrer se a desativação se concretizar, o secretário acredita que a
transformação da área em um “grande polo de economia criativa”, com espaços
para a gastronomia, por exemplo, vai gerar novos empregos e também ocupação.
Ele ressalta, no entanto, que a decisão cabe ao prefeito ACM Neto (DEM).
Em relação aos projetos já divulgados pela
gestão, Fraga destaca o IPTU Amarelo, a Outorga Verde, o Salvador Resiliente,
cuja proposta de implantação expira em 2049, e o Plano de Saneamento, que
apesar de ser liderado pela Seinfra, é acompanhado pela Secis. Neste último
caso, o edital de licitação já foi lançado para que as empresas interessadas
façam seus questionamentos.
Em entrevista ao Bahia Notícias, o
verdense abordou também a atuação do Instituto do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos (Inema) nos projetos da capital baiana. Por estar no comando de uma
pasta voltada à sustentabilidade, ele acompanhou de perto os conflitos do órgão
com a gestão municipal nas obras do BRT e acredita que, por vezes, o Inema tem
uma postura mais política do que técnica — o órgão é vinculado ao governo
estadual.
“O Inema não tem seguido algumas
regras da cidade, como o plano diretor de arborização urbana. Por exemplo, no
caso do metrô, o Inema não determinou, compensação no corte de árvores do
metrô. O metrô cortou mais de duas mil árvores”, aponta, afirmando que o
governo Rui Costa (PT) usa a justificativa de que seus projetos são de
integração metropolitana para não passar pelo crivo da prefeitura de Salvador,
que é sua oposição.
Ao longo da conversa, Fraga comentou
também a possibilidade de privatização da Embasa, o que recebeu com surpresa,
teceu críticas às proposições para o setor climático do governo do presidente
Jair Bolsonaro (PSL) e ainda abordou os planos do PV para as eleições de 2020 e
2022.
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