O governo federal planeja privatizar a Codesp (companhia
Docas do Estado de São Paulo), que administra o porto de Santos, o maior da
América Latina. Mas, segundo fontes, espera encontrar resistência e dificuldades
e acredita que a concessão deve ficar para o final da fila de uma lista de
terminais que terão sua gestão concedida.
A primeira concessão entre as nove
companhias Docas do país será a do Espírito Santo, de acordo com a fonte,
acrescentando que os estudos sobre a privatização da gestão começaram no
governo passado e estão em um estágio mais adiantado. As conversas com o Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para ajudar na modelagem
do processo também já foram iniciadas e o certame deve ocorrer no ano que vem,
disse.
"A desestatização do sistema
portuário é um objetivo do governo Bolsonaro mas Santos não está no começo da
fila. Um porto com a complexidade que ele tem não pode ser o primeiro caso.
Vamos aprender a fazer, vencer barreiras e testar o mercado antes de conceder
Santos", disse a fonte em condição de sigilo.
"A empresa Docas que já está
redonda para ser concedida é a Codesa, do Espírito Santo. O BNDES vai ajudar a
contratar consultores, estruturar os projetos e edital das companhias Docas do
país. Dando certo, a Codesa vira um farol para os demais."
A ideia do governo é construir um
processo de aprendizagem e testar o mercado com as concessões anteriores a do
Porto de Santos, que é considerado a joia da coroa e aquele que deve atrair
mais interessados para gerir o maior terminal do Brasil e responsável por
escoar boa parte da produção nacional.
No entanto, a fonte estimou que a
conclusão do processo só se tornaria viável entre o terceiro e quarto anos do
governo do presidente Jair Bolsonaro. "O porto de Santos ainda nem entrou
no PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) e se entrasse agora levaria ao
menos um ano e meio para sair do papel", destacou.
Na véspera, o governador de São
Paulo, João Doria, disse que, em conversa com Bolsonaro na terça-feira, o
presidente manifestou interesse privatizar o porto de Santos e afirmou que o
modelo de privatização deve ser anunciado no segundo semestre.
"É a visão do presidente
Bolsonaro e é a decisão que ele manifestou, e provavelmente no segundo semestre
deste ano o ministro (da Infraestrutura) Tarcísio Gomes de Freitas deve
apresentar a estrutura e em que condições essa privatização ocorrerá. Mas eu
entendo que ela é inevitável e é boa para o Brasil e para o continente
latino-americano", disse Doria em entrevista a correspondentes
estrangeiros na sede do governo estadual.
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